Agora: Jorge Jesus não é mais a segunda opção da CBF para assumir a Seleção Brasileira

Jorge Jesus pelko Al-Hilal (Foto: Divulgação/Al-Hilal)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) intensificou sua busca por um novo comandante para a seleção masculina, e o nome de Abel Ferreira, atual técnico do Palmeiras, passou a ganhar protagonismo. O movimento ocorre em meio à indefinição sobre a contratação de Carlo Ancelotti, que ainda figura como prioridade, mas já não tem negociações ativas com a entidade.

O impasse com Ancelotti e o plano de contingência

A negociação com o treinador italiano foi, a princípio, encerrada de forma estratégica. Embora não tenha havido anúncio oficial, a CBF teria optado por dar liberdade a Ancelotti para decidir seu futuro no Real Madrid, onde seu ciclo parece estar próximo do fim.

Mesmo com contrato vigente até junho de 2026, o técnico pode ser substituído por Xabi Alonso. Ainda assim, ele permanece como plano A, caso esteja livre antes da lista de convocação para os jogos contra Equador e Paraguai, marcada para o dia 28 de maio.

A queda de prestígio de Jorge Jesus

Enquanto isso, Jorge Jesus, antigo comandante do Flamengo e atual técnico do Al-Hilal, permanece em compasso de espera. Embora tenha deixado claro que aceitaria o convite da CBF, inclusive abrindo mão da disputa do Mundial de Clubes, o português não possui a mesma aceitação interna.

A resistência de nomes influentes como Neymar e seu pai — ambos contrários à sua contratação — enfraqueceu suas chances. Segundo fontes, o atacante ainda guarda desconfortos da época em que os dois trabalharam juntos no clube saudita.

Discrição e respaldo: os trunfos de Abel

Abel Ferreira, por outro lado, tem sido bem avaliado dentro da CBF. Seu nome é visto com bons olhos pelo presidente Ednaldo Rodrigues e por profissionais do departamento da seleção. Diferentemente de Jesus, ele tem mantido postura reservada, mesmo sabendo do interesse em seu trabalho.

Após a vitória sobre o Ceará, pela Copa do Brasil, o treinador adotou um tom diplomático sobre o assunto: “Claro que é uma honra ter seu nome associado a uma das melhores seleções do mundo. Mas tenho contrato com o clube. O meu foco é total e absoluto com os meus jogadores, com o Palmeiras.”

O bom relacionamento entre Ednaldo e Leila Pereira, presidente do clube paulista, também conta a favor. Embora a dirigente tenha reforçado que Abel está comprometido com o time — especialmente devido à participação na Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos, a partir de 14 de junho —, reconheceu que uma eventual conversa com a CBF teria abertura.

“Nenhuma pessoa da CBF ou ligada à CBF procurou o Palmeiras para falar sobre o Abel”, afirmou Leila, antes de acrescentar: “Tenho certeza de que, se a CBF tiver interesse, o presidente Ednaldo vai me telefonar antes de qualquer movimentação.”

O fator tempo

A escolha de um novo técnico é urgente. A convocação oficial da seleção para os confrontos das Eliminatórias está próxima, e o envio da lista preliminar à Fifa precisa ocorrer até 17 de maio. Por enquanto, Rodrigo Caetano e Juan, membros da comissão técnica, estão responsáveis pela elaboração de relatórios, embora estejam alheios à escolha do novo treinador. Toda a negociação tem sido conduzida diretamente por Ednaldo, com o apoio de intermediários políticos de sua confiança.

Caso não haja definição em tempo hábil, há uma possibilidade de que a seleção seja dirigida por um técnico interino. O nome cogitado, se isso ocorrer, é o de Ramon Menezes, atualmente à frente da equipe sub-20. Essa solução já foi adotada em 2023, quando a entidade aguardava Ancelotti.