Após uma temporada marcada por altos e baixos no comando do Atlético-MG, Gabriel Milito surge como nome forte para assumir o Boca Juniors. A saída de Fernando Gago, consumada logo após a derrota no clássico contra o River Plate, abriu uma disputa interna liderada por Juan Román Riquelme, que considera o argentino como o principal candidato para liderar o novo ciclo do clube.
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Milito, que deixou o Atlético antes mesmo do encerramento do Campeonato Brasileiro de 2024, esteve no centro de duas decisões relevantes para o clube mineiro: as finais da Copa Betano do Brasil e da Libertadores. Ambas resultaram em vice-campeonatos, o que acabou desgastando sua imagem diante da torcida. Ainda assim, sua capacidade tática permanece reconhecida.
“Os passes precisam servir para algo. Posse sem finalização não me agrada”, afirmou o treinador antes da final da Libertadores, sinalizando uma evolução em sua abordagem mais pragmática ao futebol.
Atualmente com 44 anos, Milito acumula uma década de experiência à beira do campo. Desde sua estreia no Estudiantes em 2015, passou por clubes como Independiente, O’Higgins, Argentinos Juniors e o próprio Atlético-MG, somando 308 partidas com um aproveitamento de 54,65%.
Seu único título como treinador foi o campeonato estadual mineiro conquistado em 2024. A curta duração em cada projeto — geralmente um ano — é uma das principais críticas recorrentes ao seu trabalho.
Concorrência no Boca Juniors
No Boca, Gabriel Milito disputaria espaço com dois outros nomes: Gustavo Quinteros e Cristian “Kily” González. Quinteros, de 60 anos, apresenta um currículo mais vasto, com 725 partidas e 12 títulos distribuídos entre Bolívia, Equador, Chile e Argentina. Dirigiu seleções nacionais e, mais recentemente, o Grêmio. Entretanto, seu afastamento de uma final com o Vélez para comparecer ao casamento da filha e conflitos com jogadores minaram sua imagem junto ao elenco e à direção.
Já Kily González, embora conheça o ambiente do clube por ter atuado com a camisa xeneize na década de 1990, é considerado o menos experiente entre os postulantes. Com apenas sete anos de carreira como técnico e um aproveitamento de 43,38% em 146 jogos, acumulou passagens por Rosario Central e Unión. Seu estilo tático, geralmente montado num 5-3-2, não agrada a Riquelme, o que o coloca em posição desfavorável na corrida pela vaga.
Conforme apurado, Milito recusou recentemente uma proposta do Fluminense, apesar do interesse do clube carioca após a demissão de Mano Menezes. Fontes próximas ao treinador revelam que ele ainda sonha com uma oportunidade no futebol europeu, onde teve uma carreira relevante como jogador. Apesar disso, indicam que “se Román ligar, ele está disposto a ouvir”.