O futebol brasileiro ganhou um novo e triste capítulo na Série B, após um incidente que gerou comoção e levantou questões importantes sobre o combate ao racismo no esporte. O meia Miguelito, do América-MG, foi preso em Ponta Grossa sob acusação de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante o jogo entre os times pela sexta rodada do campeonato.
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A situação teve repercussão imediata, gerando discussões sobre o que realmente ocorreu dentro de campo e as possíveis consequências para os envolvidos.
O caso e o protocolo antirracista
O jogo entre Operário-PR e América-MG foi marcado por um momento tenso quando, aos 30 minutos do primeiro tempo, Allano denunciou uma injúria racial por parte do meia do time mineiro.
O árbitro Alisson Sidnei Furtado, de imediato, acionou o protocolo antirracista da FIFA e da CBF, fazendo o gesto de braços cruzados em forma de “X”. Isso resultou em uma paralisação de 15 minutos para que fosse verificada a denúncia.
A acusação é de que Miguelito teria se dirigido a Allano com a expressão “Preto do C***”, o que gerou a reação do atacante e do volante Jacy, que estavam próximos no momento da disputa de bola. O protocolo antirracista foi seguido, mas o jogo foi retomado sem alterações, apesar da gravidade da acusação.
Prisão e processos legais
Após o apito final, tanto Miguelito quanto Allano e a testemunha Jacy foram conduzidos pela Polícia Militar até a delegacia. De acordo com a Polícia Civil do Paraná, após depoimentos, foi dada voz de prisão em flagrante a Miguelito pelo crime de injúria racial, conforme previsto na Lei nº 7.716/89. A pena máxima para o crime é de até cinco anos de reclusão.
Além disso, a Polícia Civil busca imagens que possam corroborar a fala racista registrada durante a partida. O inquérito está em andamento, e o jogador permanecerá custodiado até a audiência de custódia.
Por isso, a situação exige uma análise detalhada sobre a forma como o futebol brasileiro lida com o racismo, uma questão que continua sendo um desafio constante nas arenas esportivas.
Reações dos clubes
Os clubes também se posicionaram oficialmente sobre o caso. O Operário-PR lamentou o ocorrido e garantiu apoio irrestrito a Allano. A nota oficial destacou a indignação da torcida e a confusão envolvendo o arremesso de um copo por um torcedor.
Vale destacar que o time paranaense está em busca de imagens que confirmem a acusação, além de seguir o protocolo de apoio ao atleta.
O América-MG, por sua vez, se manifestou afirmando que as acusações contra Miguelito são infundadas, enfatizando a conduta ética e o respeito do jogador. Sendo assim, o clube mineiro repudiou a tentativa de associar seu atleta a condutas discriminatórias, afirmando seu compromisso com a igualdade e o respeito.