Sob intensa pressão interna e externa, Augusto Melo, atual presidente do Corinthians, enfrenta uma grave crise política. Ele perdeu apoio de órgãos fiscalizadores do clube e da principal torcida organizada. A reprovação das contas referentes a 2023, por parte do Conselho Deliberativo, acentuou esse cenário. O resultado da votação, com 16 votos contrários e apenas um favorável, incluiu antigos aliados da gestão, que agora se opõem à condução administrativa do dirigente.
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A reprovação das contas veio após pareceres negativos do Conselho de Orientação Fiscal (CORI) e do Conselho Fiscal. A diretoria atribuiu caráter político à decisão, mas isso não impediu o aprofundamento do desgaste. Conforme apurado, Augusto Melo segue defendendo a reabertura do balanço de 2023. Segundo ele, há R$ 191 milhões em “provisões de contingência” herdadas da gestão anterior, fator que justificaria a revisão contábil.
Enquanto isso, a Gaviões da Fiel, anteriormente aliada, mudou seu posicionamento. Em comunicado oficial, declarou que “não irá se opor a nenhuma reunião que paute a proposta de impeachment”, sinalizando clara ruptura com o presidente. Essa decisão teria sido tomada após reunião entre os diretores da torcida e associados. A falta de transparência, mencionada na nota, reforça as críticas que vêm sendo feitas por conselheiros.
Aliás, foi justamente a ausência de documentação e a não realização de uma revisão orçamentária em 2024 que motivaram um novo pedido de impeachment, o terceiro desde o início da gestão. A solicitação foi protocolada por Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do CORI, que também criticou nomeações com viés político e alta rotatividade de cargos estratégicos.
Com a tensão em alta, Augusto Melo ainda responde como investigado no inquérito sobre o caso VaideBet. O contexto é de isolamento político, desconfiança administrativa e instabilidade institucional. Afinal, a conjuntura atual expõe um Corinthians em ebulição, com seu presidente fragilizado diante de uma sucessão de reveses dentro e fora do Parque São Jorge.