Diante de forte pressão provocada pelo desempenho abaixo do esperado do Santos no Campeonato Brasileiro, o presidente Marcelo Teixeira recebeu, nesta terça-feira (06), representantes das torcidas organizadas Sangue Jovem e Bonde do Braço Fino para uma reunião. O encontro aconteceu nas dependências da Universidade Santa Cecília, instituição privada ligada à família do dirigente. A Torcida Jovem, principal organizada do clube, foi convidada, mas não compareceu. Entretanto, um novo encontro com o grupo está previsto ainda nesta semana.
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A reunião foi convocada a fim de que os torcedores pudessem expressar suas preocupações diretamente à diretoria. Durante a conversa, foram abordados temas como a necessidade de reforços, o desequilíbrio no elenco e o número elevado de lesões musculares. Os presentes exigiram mais transparência nas decisões da cúpula alvinegra e manifestaram insatisfação com a atual fase do clube, que ocupa a penúltima posição na tabela do Brasileirão.
“Estamos ouvindo o torcedor, pois entendemos a gravidade do momento. Acreditamos no trabalho de Cléber Xavier e enxergamos evolução no último jogo”, declarou Marcelo Teixeira. O novo treinador, ex-auxiliar de Tite, assumiu após duas semanas de indefinição, substituindo Pedro Caixinha, demitido em 14 de abril. Cléber estreou com empate na Copa do Brasil contra o CRB e foi derrotado pelo Grêmio na sétima rodada do campeonato.
Enquanto tenta estabilizar o desempenho em campo, a diretoria lida com pendências financeiras. O clube deve cerca de R$ 15 milhões à comissão técnica de Caixinha, valor contestado judicialmente na Fifa. A proposta atual é quitar o montante de forma parcelada até o fim da gestão Teixeira, em 2026.
Aliás, a montagem do elenco tem sido outro foco de críticas. Foram 11 contratações no início do ano, a maioria para o setor ofensivo. A defesa, que acumula erros recorrentes, não recebeu o mesmo reforço, o que irritou parte da torcida.
Anteriormente, integrantes da Torcida Jovem invadiram o CT Rei Pelé para cobrar diretamente jogadores e dirigentes. A crise no Santos, assim, ultrapassa o campo e evidencia os desafios administrativos enfrentados pelo clube.