O empate do Corinthians diante do América de Cali, por 1 a 1, na noite de terça-feira (06), na Neo Química Arena, foi palco de um feito simbólico para Memphis Depay. O atacante neerlandês, que chegou ao clube em setembro de 2024, balançou as redes pela primeira vez em competições continentais com a camisa alvinegra.
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No entanto, a atuação do jogador não foi suficiente para ofuscar um ponto central trazido à tona pelo jornalista André Rizek: a ausência de um plano público e efetivo para a recuperação financeira do clube.
Durante participação no programa Seleção SporTV, Rizek foi direto ao apontar o contraste entre o brilho individual de Depay e o que considera uma omissão da atual gestão alvinegra. “Ter o Memphis Depay no Brasil é uma grande atração. Mas meu ponto é que a gente não vê uma notícia do Corinthians sobre saneamento, sobre plano para pagar dívida, sobre diminuição do rombo que não para de crescer…”, criticou.
A fala reflete uma preocupação recorrente nos bastidores do Parque São Jorge: a dívida bilionária da instituição, que ultrapassa R$ 1,2 bilhão, conforme o último balanço financeiro.
Aliás, o comentário de Rizek ressoa entre torcedores e analistas que acompanham o Corinthians mais de perto. Afinal, apesar do investimento em nomes de peso como Depay, o clube segue sem apresentar medidas concretas para estancar o crescimento de seu passivo financeiro.
“É isso que me surpreende”, completou o comentarista, destacando a ausência de qualquer notícia relevante sobre reestruturação econômica nos últimos meses.
Enquanto isso, dentro de campo, Depay soma números expressivos. Até o momento, ele disputou dez partidas em competições sul-americanas — entre Sul-Americana e Libertadores —, distribuindo cinco assistências e anotando o gol que evitou a derrota diante do time colombiano.
Na temporada geral, são 13 gols e 13 assistências em 38 jogos pelo Corinthians, além do título do Campeonato Paulista de 2025. Contudo, mesmo com o talento do atacante, o desempenho coletivo da equipe segue aquém. Na tabela da Copa Sul-Americana, o time ocupa a terceira colocação do grupo C, com quatro pontos, atrás de Huracán e América de Cali.
O contraste entre o protagonismo de um jogador com passagem por Barcelona e Atlético de Madrid e a inércia administrativa do clube não passou despercebido por Rizek. Segundo ele, “a única notícia de saneamento vem da torcida, que está se desdobrando para fazer vaquinha”.
A crítica escancara a cobrança por responsabilidade por parte da direção presidida por Augusto Melo. Enquanto a gestão investe em reforços de renome, iniciativas estruturais seguem sem transparência ou cronograma divulgado.