O empate por 1 a 1 com o América de Cali, na Neo Química Arena, pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, frustrou os torcedores do Corinthians na noite de terça-feira (06). O técnico Dorival Júnior, em entrevista coletiva após a partida, atribuiu o desempenho aquém do esperado principalmente ao cansaço físico do elenco, agravado pela sequência apertada de compromissos recentes.
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Conforme ressaltado pelo treinador, o Corinthians havia enfrentado o Internacional pelo Campeonato Brasileiro apenas dois dias e meio antes do duelo continental. “A recuperação é curta. Jogamos uma partida decisiva recentemente, com muita intensidade. Não conseguimos manter o mesmo nível físico em tão pouco tempo”, declarou Dorival.
O comandante afirmou que o calendário nacional, mais uma vez, impôs um obstáculo difícil de contornar, ainda mais durante uma fase inicial de trabalho.
Esforço físico, lesão e mudanças táticas
A sobrecarga ficou evidente também nas condições individuais dos atletas. José Martínez, por exemplo, deixou o campo com uma lesão muscular, causada, segundo o técnico, por um esforço acima do limite. “Martínez se lesionou devido ao desgaste acumulado. A sequência pesada tem dificultado a implementação plena da nossa ideia de jogo”, lamentou.
Dorival ainda explicou que todas as atividades realizadas no centro de treinamento têm foco tático, já que não há espaço no calendário para trabalhos físicos mais prolongados. Ele destacou que a prioridade tem sido montar escalações com o maior número possível de atletas descansados, sem, contudo, comprometer a competitividade da equipe.
A estratégia utilizada contra o América de Cali incluía a tentativa de dominar a posse de bola para controlar o ritmo e poupar fisicamente os jogadores. “Queríamos descansar com a posse. Ainda não conseguimos, mas é algo que virá com o tempo e adaptação ao que planejamos”, explicou.
O treinador também mencionou as substituições no segundo tempo, que visavam aumentar a estatura da equipe e buscar mais presença ofensiva, mesmo abrindo espaços no setor de meio-campo.
Situação no grupo e futuro imediato
O resultado deixou o Corinthians em situação delicada na competição. Com cinco pontos, o time ocupa a terceira colocação do Grupo C e está a dois pontos do líder Huracán, que ainda possui um jogo a menos. Restando duas rodadas, ambas fora de casa — contra Racing, no Uruguai, e Huracán, na Argentina —, o time precisará de vitórias para seguir com chances de classificação.
“O momento exige que busquemos fora os pontos que deixamos escapar em casa. Não temos outra alternativa”, frisou Dorival. O técnico também indicou que as decisões sobre mudanças na equipe continuarão sendo tomadas a partir do estado físico dos atletas.
Alternativas e avaliação individual
Dorival comentou sobre o desempenho de alguns jogadores. Romero, por exemplo, ficou no banco para preservar sua condição física, enquanto Memphis Depay foi utilizado como meia de ligação, tentando ampliar a amplitude do ataque. A respeito de Maycon, que atuou mais avançado, o treinador reconheceu que sua escolha visava uma transição mais rápida, explorando as características individuais do atleta.
Em relação à defesa, o comandante apontou falhas de posicionamento nas laterais, que culminaram no gol de empate do América de Cali logo no início da segunda etapa. “Nem sempre a última linha deve ser responsabilizada. O problema começa antes, quando não conseguimos encurtar os espaços”, observou.
Próximo compromisso
Agora, o Corinthians volta a campo no sábado (10), às 18h30, para enfrentar o Mirassol, no interior paulista, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe, que figura atualmente no meio da tabela, tentará recuperar o bom desempenho e minimizar os impactos do calendário, que prevê dez partidas somente neste mês.