A declaração de Rogério Ceni após a derrota do Bahia na Libertadores

Rogério Ceni - Foto: Letícia Martins / EC Bahia

Na noite de quarta-feira (07), o Bahia foi superado pelo Nacional, do Uruguai, por 3 a 1 em plena Arena Fonte Nova, em partida válida pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores. Apesar do revés, o time baiano ainda lidera o Grupo F, somando sete pontos. Contudo, a derrota acendeu o sinal de alerta sobre o desempenho da equipe em momentos decisivos da temporada.

Após abrir o placar ainda na primeira etapa, o Tricolor de Aço não conseguiu sustentar a vantagem. Conforme o próprio técnico Rogério Ceni avaliou em entrevista coletiva após o confronto, a equipe perdeu o controle emocional e tático após o gol marcado.

“Fizemos um bom primeiro tempo. Em todas as bolas que eles contra-atacaram, estávamos bem posicionados. O nosso gol nos fez mal, parecia que tinha sido 1 a 0 para eles”, declarou o treinador.

Excesso de ofensividade e desequilíbrio

A crítica mais contundente de Ceni foi direcionada à mudança de postura do Bahia após balançar as redes. Segundo ele, o time abandonou seu padrão de jogo, passando a apostar em transições ofensivas desordenadas.

“Começamos a sair muito ofensivos, com muitos jogadores à frente da linha da bola, e passamos a ceder espaços. Nós fugimos do nosso padrão depois de marcar”, afirmou.

Essa quebra de estratégia permitiu ao Nacional explorar os contra-ataques com mais liberdade. O Bahia passou a sofrer com transições rápidas do adversário, cedendo escanteios e oportunidades que culminaram na virada uruguaia.

Falta de calma e erros técnicos

Outro ponto abordado pelo comandante tricolor foi a precipitação na construção das jogadas ofensivas. Para Ceni, faltou serenidade para manter a posse de bola e impedir que o ritmo do jogo se tornasse favorável ao adversário.

“Faltou um pouco de calma. Erramos passes e puxadas de contra-ataques. A parte mais estranha é que sofremos com as transições depois que fizemos 1 a 0”, comentou.

Em meio a uma sequência intensa de jogos, o treinador também destacou o desgaste físico e emocional como fatores que impactaram a performance.

“A sequência já vem dura há muito tempo. É que as vitórias acabam mascarando as dificuldades enfrentadas. Contra times como Palmeiras e Botafogo, por exemplo, também sofremos bastante. Só que isso não aparece com a mesma intensidade quando vencemos”, explicou.

Exposição desnecessária e riscos mal calculados

A tentativa do Bahia de acelerar o jogo após sair em vantagem custou caro. Rogério Ceni criticou a exposição exagerada da equipe em momentos em que o jogo pedia mais contenção. “Nós nos perdemos por oito ou dez minutos. Faltou energia para voltar e se reposicionar. Fomos com muita gente para o ataque, e não precisava disso”, apontou.

O treinador ainda relembrou um lance específico em que o ataque foi mal executado e gerou um contra-ataque perigoso. “Tivemos um contra-ataque em que Pulga erra o passe, e a bola bate nas costas de Willian José. Tentamos aumentar a velocidade do jogo quando estávamos ganhando. Aí pagamos o preço”, complementou.

Situação do Bahia na temporada

Apesar da derrota na Libertadores, o Bahia mantém-se na liderança do seu grupo, com duas vitórias, um empate e uma derrota. No Campeonato Brasileiro, a equipe ocupa a sexta colocação, com doze pontos em sete rodadas – somando três vitórias, três empates e uma derrota.

O próximo desafio do time comandado por Rogério Ceni será no sábado (10), diante do Flamengo, no Maracanã, às 21h. A partida promete testar novamente o equilíbrio emocional e tático da equipe em mais um confronto exigente no calendário.