A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou nesta quinta-feira (08) a abertura de um procedimento disciplinar contra o Cerro Porteño, após torcedores do clube paraguaio protagonizarem episódios de racismo durante partida válida pela Conmebol Libertadores. O confronto, vencido pelo Palmeiras por 2 a 0, ocorreu na quarta-feira (07), no estádio Nueva Olla, em Assunção.
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Durante o jogo, ao menos três episódios de cunho racista foram registrados nas arquibancadas. Um torcedor foi flagrado imitando um macaco, enquanto outro vestia uma camisa com estampa semelhante ao animal. Além disso, um terceiro indivíduo foi filmado esfregando a pele do braço de maneira ofensiva. As imagens foram captadas por um torcedor palmeirense e por um funcionário do clube, sendo amplamente divulgadas nas redes sociais.
Em nota oficial divulgada ainda na madrugada, o Palmeiras expressou indignação com a repetição dos ataques racistas, destacando que esta foi a quarta ocorrência envolvendo torcedores do Cerro Porteño desde 2022. O clube paulista questionou diretamente a efetividade das sanções anteriores e a postura adotada pelas autoridades paraguaias, que, segundo o texto, têm sido omissas diante da gravidade dos atos.
Anteriormente, o Cerro Porteño já havia sido punido por condutas semelhantes, inclusive na Libertadores Sub-20, também realizada no Paraguai. Na ocasião, a Conmebol aplicou multa e determinou jogos com portões fechados, além de exigir uma campanha antirracismo nas redes sociais do clube.
Apesar das penalidades, os comportamentos discriminatórios persistiram. Em um outro episódio recente, ocorrido no Peru contra o Sporting Cristal, torcedores voltaram a praticar gestos racistas diante da torcida do Palmeiras, evidenciando a fragilidade das medidas punitivas.
O clube paulista ressaltou que, diferentemente do Cerro, puniu com celeridade um torcedor que, anteriormente, cometeu ato racista contra dirigentes paraguaios, aplicando sanções esportivas e legais. O Palmeiras reforçou que “racismo não é provocação, é crime”, e exigiu ações concretas para coibir a reincidência.