Fernando Diniz está de volta ao comando do Vasco. Após 11 dias de negociações intensas, o treinador foi anunciado nesta quinta-feira (08) como o substituto de Fábio Carille, demitido no final de abril. O novo contrato é válido até dezembro de 2026, e a apresentação oficial está prevista para a próxima segunda-feira (12), no Rio de Janeiro.
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A contratação foi resultado de um esforço direto da cúpula vascaína, sobretudo do presidente Pedrinho, que desde a saída de Carille tratou Diniz como prioridade máxima. Conforme apurado, nenhuma outra alternativa foi explorada com o mesmo empenho.
O clube e os representantes do técnico ajustaram pontos delicados, como a multa rescisória e a diferença entre o salário proposto inicialmente e o valor desejado pelo treinador.
A decisão da diretoria ocorre em meio a um cenário de instabilidade técnica. Após a demissão de Carille, a equipe foi dirigida interinamente por Felipe, que também exerce função como diretor. Nesse período, o time disputou três jogos: empate com o Operário, e derrotas para Palmeiras e Puerto Cabello — esta última, uma goleada por 4 a 1, aumentou a pressão por mudanças.
Diniz retorna ao clube onde esteve anteriormente em 2021, na Série B do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, comandou a equipe por 12 partidas, com quatro vitórias, três empates e cinco derrotas, o que resultou em um aproveitamento de 41,6%. Apesar de não ter conseguido o acesso naquela campanha, o treinador manteve boa relação com parte da torcida e da diretoria.
Antes de aceitar o convite para retornar a São Januário, Diniz estava livre no mercado desde sua saída do Cruzeiro, em fevereiro deste ano. No clube mineiro, somou 20 partidas, com apenas quatro vitórias, além de nove empates e sete derrotas. Ainda assim, seu currículo recente segue relevante: ele conquistou a Libertadores de 2023 e o Campeonato Carioca do mesmo ano pelo Fluminense, além da Recopa Sul-Americana em 2024.
Também comandou a Seleção Brasileira no segundo semestre de 2023, com desempenho modesto — duas vitórias, um empate e três derrotas.
Aliás, a chegada de Diniz marca um novo capítulo na trajetória recente do Vasco, clube que detém um histórico preocupante em relação à estabilidade técnica. Desde 2001, o time cruzmaltino acumula 55 trocas de comando, o maior número entre os clubes da elite nacional no século 21.
Embora tenha aceitado reduzir sua pedida salarial para viabilizar o retorno, o treinador deixou claro que essa flexibilização teria um limite, justamente para preservar sua posição no mercado. O acerto final ocorreu logo após a derrota na Copa Sul-Americana, que, conforme fontes internas, acelerou o desfecho da negociação.
O novo comandante assume a equipe em um momento de exigência por resultados rápidos e reestruturação dentro de campo. O desafio será conciliar a pressão externa com a missão de implementar seu estilo reconhecidamente propositivo e de posse de bola.