Após mais de duas décadas vestindo Nike, o Corinthians pode estar perto de uma reviravolta no fornecimento de material esportivo. A diretoria alvinegra negocia nos bastidores uma nova parceria com a Adidas, com valores que podem alcançar a marca de R$ 1 bilhão ao longo de dez anos.
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A mudança, no entanto, pode enfrentar obstáculos dentro e fora de campo. Um deles é o Flamengo, que já ocupa uma posição de prestígio dentro da marca alemã e pode interferir diretamente nos planos do clube paulista.
Adidas promete protagonismo global ao Timão
A ideia do Corinthians é estrear com a nova fornecedora a partir de janeiro de 2026. As tratativas com a Adidas estão avançadas e incluem metas de performance, cláusulas de adiantamento e bônus por exposição.
Além disso, a promessa é de que o clube seja incluído na elite de atendimento da Adidas, o mesmo patamar de gigantes como Real Madrid, Manchester United, Bayern de Munique e Liverpool.
Vale destacar que a empresa alemã se comprometeu a tratar o Corinthians como um projeto global, e não apenas local. Mas é justamente aí que o Flamengo surge como possível empecilho, isso porque o clube carioca já tem status de “Local Elite” dentro da hierarquia da Adidas no Brasil. Portanto, o Timão busca garantir um espaço maior e mais valorizado, o que pode gerar conflito de interesses.
Nike ainda tem contrato válido até 2029
Apesar das conversas com a Adidas, o Corinthians possui um contrato vigente com a Nike até 2029, renovado automaticamente em dezembro de 2024. Sendo assim, para viabilizar a troca de fornecedora, o clube considera arcar com a multa rescisória, utilizando parte do valor do novo contrato.
A diretoria entende que há alterações no contrato original, já que a operação no Brasil passou a ser conduzida pela Fisia, do Grupo SBF, e não mais pela Nike diretamente. Por isso, a judicialização é um cenário possível.
Comunicação ignorada e risco jurídico
De acordo com o UOL, o Corinthians não notificou a Nike sobre as negociações com outra marca, como exige o contrato. Dessa maneira, a Nike pode pleitear na Justiça o rompimento imediato e o pagamento de multas, o que aumentaria ainda mais a tensão entre as partes. Com isso, o clube já se prepara para uma eventual batalha nos tribunais.
Presidência ameaçada pode travar acordo
Outro fator que pode impactar diretamente o acordo é o futuro do presidente Augusto Melo, que enfrenta processos de impeachment no clube. Cabe ressaltar que qualquer mudança na diretoria poderia forçar uma revisão total do contrato em negociação.
Por isso, o desfecho dessa possível transição para a Adidas depende não só de aspectos comerciais e jurídicos, mas também da estabilidade política no Parque São Jorge.