A partida entre Cerro Porteño e Palmeiras, disputada na quarta-feira (7) no Estádio Nueva Olla, em Assunção, pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores, foi marcada por mais um episódio lamentável de racismo no futebol sul-americano. Imagens divulgadas mostram torcedores do clube paraguaio fazendo gestos comparativos a macacos em direção à torcida alviverde.
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Esse comportamento, considerado inaceitável e criminoso, foi amplamente registrado por torcedores e membros da delegação palmeirense, como o funcionário Rodolfo Maia. O Palmeiras reagiu prontamente, publicando uma nota oficial em que expressa indignação com a recorrência dessas atitudes e cobra responsabilidade do clube adversário e das autoridades paraguaias.
“É a quarta vez desde 2022 que torcedores do Cerro Porteño cometem o mesmo crime em partidas contra o Palmeiras”, afirma o clube na nota.
Em março, durante a Libertadores Sub-20, Luighi foi alvo de injúria racial em jogo disputado no Estádio Gunther Vogel, também no Paraguai. Na ocasião, a Conmebol aplicou ao Cerro Porteño uma multa de 50 mil dólares e proibiu a presença de público no restante daquela edição da competição. Também determinou a veiculação de campanha antirracismo nas redes sociais do clube. Apesar das sanções, o episódio recente demonstra que as medidas anteriores não foram eficazes.
No comunicado oficial, o Palmeiras destaca: “Tal reincidência demonstra a ineficácia das punições aplicadas até aqui, bem como a conivência do próprio Cerro Porteño com os sucessivos atos de discriminação praticados por alguns de seus fãs”. O clube paulista também fez questionamentos diretos às autoridades paraguaias e à Conmebol:
“O que fizeram Cerro Porteño e autoridades locais para identificar e punir o torcedor que imitou um macaco para o atacante Luighi? A sanção imposta foi suficiente para coibir novos casos? Quais providências serão tomadas desta vez?”
Palmeiras endurece o tom
Em contraste com a postura paraguaia, a agremiação brasileira relembrou um caso recente envolvendo um de seus próprios torcedores, que foi filmado fazendo gestos de cunho racista em direção ao camarote do Cerro Porteño, no Allianz Parque.
Segundo o Palmeiras, o indivíduo foi identificado em menos de 24 horas, expulso do programa Avanti e bloqueado do sistema de compra de ingressos. Além disso, será acionado judicialmente para ressarcir o prejuízo causado ao clube, que foi multado pela Conmebol em R$ 286 mil.
“Ao passo que o Palmeiras tomou medidas rápidas e contundentes, é necessário saber qual será a resposta do Cerro Porteño e das autoridades locais neste novo episódio”, reforçou o clube na manifestação pública. “Racismo não é provocação! Racismo é crime”, conclui o comunicado.
Assim sendo, o caso reacende o debate sobre a efetividade das punições aplicadas em competições sul-americanas e pressiona as instituições responsáveis por garantir um ambiente seguro e igualitário para todos os torcedores e atletas. Até o momento, a Conmebol ainda não emitiu pronunciamento oficial sobre o novo incidente.
