Jornalista cita apagão do Atlético-MG em derrota na Sul-Americana

Atlético-MG (Foto: Divulgação/Atlético)

O Atlético-MG viveu uma noite de fragilidade defensiva acentuada na última quinta-feira (08), quando foi derrotado por 3 a 2 pelo Deportes Iquique, no Chile, pela Sul-Americana. A atuação, duramente criticada por Rodrigo Coutinho em sua coluna no ge, evidenciou um problema recorrente: a desconexão entre um jogo ofensivo dominante e uma postura defensiva permissiva, que custou caro diante do lanterna do Campeonato Chileno.

Ainda que tenha tido ampla posse de bola (mais de 70%) e finalizado 24 vezes ao gol adversário, o Atlético deixou escapar uma vitória que parecia encaminhada. O início da partida foi controlado, com a equipe brasileira explorando bem a recomposição ofensiva.

Rubens desarmou Hoyos na entrada da área e, após tabela com Igor Gomes, abriu o placar. A movimentação ofensiva, aliás, foi elogiada por Coutinho, que destacou a flexibilidade dos atletas na linha de frente.

Contudo, conforme o jogo evoluiu, a concentração defensiva do time mineiro desapareceu. “A marca da virada chilena foi a passividade e a falta de concentração alvinegra nas ações defensivas”, escreveu Rodrigo Coutinho, pontuando a maneira como o Atlético permitiu ao Iquique crescer na partida a partir da desorganização no setor mais recuado.

O primeiro gol dos chilenos veio aos 33 minutos, em uma jogada aérea em que Rômulo perdeu a marcação e Álvaro Ramos cabeceou livre. O empate mudou o cenário do jogo e inegavelmente afetou a confiança dos visitantes. No retorno do intervalo, o Atlético já demonstrava sinais de apatia. Logo aos sete minutos da etapa final, Puch desceu pela esquerda e serviu Ramos, que virou o jogo.

O terceiro gol foi ainda mais simbólico da desconexão defensiva: cruzamento de Jorquera e cabeçada livre de Orellana, sem qualquer contestação, enquanto Everson reagia tardiamente.

As substituições promovidas por Cuca não surtiram o efeito necessário para estancar a desorganização defensiva. Fausto Vera e Junior Santos entraram no intervalo, seguidos por Cuello e Natanael. Rubens foi deslocado para a lateral e, depois, acabou como zagueiro.

A equipe se lançou ao ataque de forma desesperada, chegando a um gol de Bernard após boa troca de passes com Junior Santos. Porém, a reação parou por aí.

Após a partida, o técnico Cuca assumiu a responsabilidade, mas deixou claro que os erros não pertencem apenas à comissão técnica. “Jogadores precisam entregar mais, diretoria entender que o elenco não é bom o suficiente para disputar todas as competições”, afirmou o treinador, em tom de cobrança coletiva.

A análise assinada por Rodrigo Coutinho reforçou a gravidade do momento vivido pelo Galo. Ele apontou a diferença entre o domínio territorial e a falta de eficácia tática para controlar o jogo sem a bola.

“O comportamento altamente desleixado e desorganizado para defender a partir da segunda metade do primeiro tempo selou o destino da equipe”, afirmou o colunista, pontuando a queda de rendimento generalizada da equipe após o empate.

A derrota embolou o Grupo H, e agora o Atlético-MG precisa vencer os dois jogos restantes em casa – contra Caracas e Cienciano – para garantir a classificação ao mata-mata. O revés diante de um adversário teoricamente inferior, sobretudo após uma vitória por 4 a 0 no confronto anterior, acendeu o sinal de alerta no clube, que precisa rever com urgência sua postura defensiva.