A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira representa um marco histórico para o futebol nacional. Contudo, um detalhe relevante tem gerado debates entre torcedores e especialistas: o treinador italiano não pretende residir no Brasil durante sua passagem pela equipe.
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A informação foi revelada pelo apresentador Benjamin Back no programa “Domingol”, no domingo (11), antecipando-se ao anúncio oficial da Confederação Brasileira de Futebol feito na segunda-feira (12).
De acordo com Benja, Ancelotti optará por manter-se baseado na Europa, mais precisamente na Inglaterra. A justificativa, segundo ele, está no fato de a maior parte dos convocados da seleção atuar em clubes europeus, o que tornaria mais eficiente a logística de observação e acompanhamento dos atletas.
“A informação que eu tenho é que o Ancelotti está fechado e que, inclusive, ele não viria a morar no Brasil”, afirmou o jornalista. Ainda segundo Back, a comissão técnica contará com um auxiliar brasileiro de renome, possivelmente um ex-jogador com quem o treinador já tenha trabalhado.
Esse posicionamento gerou repercussão imediata. Enquanto parte da opinião pública entende que, diante do atual cenário global do futebol, a residência do técnico em solo brasileiro seria apenas simbólica, outros enxergam nisso um obstáculo para uma integração mais profunda com a realidade do futebol local. Afinal, a presença contínua no país poderia fortalecer o vínculo com os clubes, acompanhar de perto novos talentos e participar ativamente do desenvolvimento técnico nacional.
Apesar da polêmica, a CBF confirmou Ancelotti como novo técnico da Seleção. A oficialização ocorreu na manhã de segunda-feira (12), destacando que o italiano iniciará seu trabalho nos próximos compromissos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, enfrentando Equador e Paraguai em junho.
A convocação para esses jogos será feita no dia 26 de maio, em solo brasileiro, após reuniões com Rodrigo Caetano e Juan, integrantes da coordenação técnica.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enfatizou o simbolismo e o impacto da escolha. “Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio”, declarou. Ainda segundo ele, a combinação entre a tradição da Seleção e a experiência de Ancelotti pode “escrever novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro”.
A negociação, aliás, foi longa e cercada de reviravoltas. O nome de Ancelotti era alvo da CBF desde a saída de Tite, logo após a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Em um primeiro momento, Fernando Diniz foi nomeado técnico interino enquanto a entidade aguardava o fim do contrato do italiano com o Real Madrid, previsto inicialmente para o meio de 2024.
Entretanto, por conta de instabilidades políticas internas, as tratativas esfriaram, e Ancelotti acabou renovando com o clube espanhol até 2026. Recentemente, com a saída de Dorival Jr., o cenário se alterou, culminando no acerto com o treinador europeu.
O currículo do novo comandante é extenso. Carlo Ancelotti é o maior campeão da história da Liga dos Campeões da UEFA, com cinco conquistas, e o único técnico a vencer as cinco principais ligas do continente europeu. Passou por clubes de renome como Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain, Bayern de Munique e Real Madrid, onde encerrou sua passagem após uma temporada sem títulos.
Ancelotti será o quarto estrangeiro a dirigir a Seleção Brasileira, o que por si só já representaria uma mudança significativa no histórico da CBF. Ainda assim, sua ausência física no Brasil impõe um novo modelo de trabalho, que dependerá fortemente da integração e competência de sua comissão técnica.