Renato Maurício Prado não poupou críticas ao técnico Filipe Luís após a vitória do Flamengo sobre o Bahia no Maracanã, em partida válida pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Para o colunista, a atuação rubro-negra oscilou bastante e a insistência com atletas experientes em baixa, como Bruno Henrique, revela uma gestão técnica que ignora boas alternativas formadas nas categorias de base.
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Segundo o jornalista, o Flamengo apresentou, no máximo, meia hora de futebol consistente, marcada pela pressão na saída de bola e por boas jogadas ofensivas – uma delas concluída em gol por Arrascaeta. Depois disso, a equipe perdeu intensidade, caiu fisicamente e passou a ser dominada, dependendo de defesas providenciais de Rossi para manter a vantagem no placar.
Renato destacou, em especial, o rendimento abaixo de Bruno Henrique, utilizado como centroavante. O atacante, envolvido recentemente em uma polêmica extracampo, não vem correspondendo em campo. “Desde que estourou o escândalo de suas conversas por zap com seu irmão apostador, não balançou mais a rede, nem jogou bem. Está nitidamente abalado”, afirmou o colunista.
Para ele, o camisa 27 deveria ser poupado, dando lugar a jogadores como Wallace Yan, que, além de mais vigor físico, podem agregar ofensivamente e simbolizam o futuro do clube.
Filipe Luís, por sua vez, tem reafirmado publicamente sua confiança nos veteranos. Após o confronto, defendeu Bruno Henrique com entusiasmo: “O Bruno foi incrível hoje. Um jogador de 34, 35 anos, campeão de tudo, maior campeão da história, se sacrifica pela equipe do jeito que ele fez. Sinto muito, joga muito”, afirmou.
Na visão do treinador, o atacante fez uma partida impecável, mesmo sem marcar gols, e destacou sua entrega e movimentação ao longo dos 90 minutos.
Contudo, para Renato Maurício Prado, essa postura revela um apego excessivo a nomes consagrados e uma resistência injustificável em abrir espaço para jovens que, inclusive, já foram elogiados pelo próprio comandante.
“O próprio técnico já se desmanchou em elogios ao zagueiro João Victor, ao volante Pablo Lúcio, ao meia Joshua e ao centroavante Wallace Yan. Por que não estão sendo mais usados?”, questiona. A crítica recai sobre a incoerência entre o discurso de valorização da base e a prática, que ainda favorece nomes com rendimento oscilante.
Filipe Luís também citou em coletiva a complexidade do calendário e os desafios físicos que a maratona de jogos impõe ao elenco. Justificou que, com partidas a cada três dias, não há tempo adequado para treinos aprofundados, o que dificulta mudanças drásticas na estrutura da equipe.
Ainda assim, o colunista insiste que esse argumento não justifica a falta de minutos para promessas que já deram sinais de capacidade técnica e maturidade. Para ele, o técnico precisa de coragem. “A garotada oferece saídas e soluções. Se ficar preso aos veteranos, o jovem treinador pode ver empacar a carreira que começou tão promissora”, alertou. E completou com ironia: “Coragem, apóstolo! Até porque Jesus está na pista.”