A passagem de Marcelo Sant’Ana pelo comando executivo do futebol do Vasco chegou ao fim após um período de dez meses, encerrado oficialmente na noite de domingo (11). A demissão, motivada por uma sequência de resultados insatisfatórios da equipe principal, faz parte de uma reformulação mais ampla no departamento de futebol do clube.
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O agora ex-diretor utilizou as redes sociais para formalizar sua despedida e esclarecer as atribuições que exerceu durante sua gestão. Em sua manifestação, Sant’Ana fez questão de pontuar que não possuía autonomia sobre decisões estratégicas ligadas à contratação ou dispensa de atletas e membros da comissão técnica.
“Não cabia a mim definir os nomes ou os perfis dos atletas ou dos funcionários que seriam contratados ou dispensados”, afirmou o dirigente.
No mesmo comunicado, Sant’Ana expressou gratidão pela oportunidade de trabalhar no clube e lembrou dos feitos durante o período, embora tenha lamentado a ausência de conquistas de títulos. “Queria ter gritado junto ‘é campeão’. É a primeira vez que deixo um clube sem essa alegria”, declarou.
Ainda assim, celebrou avanços esportivos e administrativos, destacando, por exemplo, a ida do Vasco às semifinais da Copa do Brasil de 2024 — a melhor campanha da equipe na competição desde 2011 — e a volta às competições continentais após cinco anos de ausência.
Durante sua atuação, o dirigente acumulou responsabilidades ligadas à burocracia do futebol, incluindo a negociação de contratos, controle da folha salarial, gestão de pessoas e planejamento logístico. Segundo ele, houve também dedicação às categorias de base — com a conquista recente da Copa do Brasil Sub-17 — e ao futebol feminino, que celebrou o título do Brasileiro A3 e a implementação das equipes Sub-20 e Sub-17.
O balanço de sua passagem inclui 59 partidas da equipe principal, com 22 vitórias, 17 empates e 20 derrotas. Marcelo ainda agradeceu nominalmente ao presidente Pedrinho e ao CEO Carlos Amodeo, ressaltando o apoio de ambos ao longo de sua trajetória no clube.
“Atletas, staff e torcida: vocês foram a minha família futeboleira enquanto minha família de sangue continuou em Salvador”, escreveu.
Com sua saída, o clube de São Januário passa a mirar novos nomes para o cargo. Rodrigo Caetano, atual diretor de seleções da CBF, surge como principal alvo da diretoria, sobretudo diante da possibilidade de mudanças na presidência da entidade máxima do futebol brasileiro. Felipe será mantido como diretor técnico, com funções ainda em reavaliação em conjunto com Fernando Diniz, novo técnico da equipe.
A transição ocorre em meio a um cenário de instabilidade e reestruturação interna. A expectativa é de que os próximos passos na montagem do departamento de futebol tenham mais clareza ao longo da semana, enquanto o time se prepara para compromissos decisivos pela Sul-Americana, Brasileirão e Copa do Brasil.