A derrota de virada para o Vitória, no sábado (10), acentuou o momento turbulento do Vasco no Campeonato Brasileiro e marcou o fim da breve passagem de Felipe Maestro como treinador interino. Contudo, mais do que o placar de 2 a 1, o que repercutiu de forma estrondosa foi a análise feita pelo jornalista Lucas Pedrosa durante o programa SBT Sports, onde expôs, com dureza, o que entende ser uma mentalidade derrotista enraizada no elenco cruz-maltino.
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Segundo Pedrosa, o resultado expõe não apenas falhas táticas ou técnicas, mas sobretudo a falta de personalidade do grupo. “O Vitória, com todo o respeito, é um time mediano, no máximo. Se toma uma vitória do Palmeiras, já é pra você ficar com raiva. Mas aí você pensa, pô, é o Palmeiras. Agora, tomou uma virada do Vitória… Desculpa, gente. É falta de vergonha na cara”, declarou, em tom de indignação.
Análise contundente e foco na postura do time
Para o jornalista, o principal problema do Vasco vai além das quatro linhas. Pedrosa afirma que o elenco sofre de uma aversão ao triunfo. “Esse grupo tem uma veia de derrota. Uma veia derrotista. Eles têm medo de ganhar. O Vasco é alérgico à vitória”, disse, enfatizando o sentimento de frustração recorrente entre os torcedores diante da apatia do time em momentos decisivos.
A crítica foi embasada no próprio contexto da partida. Com um jogador a mais desde os 32 minutos do primeiro tempo — após a expulsão de Matheuzinho por agressão a Paulinho — o Vasco conseguiu abrir o placar ainda na etapa inicial com um gol de cabeça de Vegetti, após assistência de Lucas Piton. Porém, conforme Pedrosa pontuou, mesmo com a vantagem numérica, o time perdeu o controle emocional e técnico do jogo.
Erros de gestão e substituições questionáveis
Na visão do jornalista, a condução do jogo por Felipe Maestro foi outro fator determinante para o tropeço. “O Paulinho estava amarelado. Teoricamente, qualquer treinador tira ele pra manter a superioridade. Mas aí ele me troca o Paulinho pelo Hugo Moura. O Vasco tava precisando vencer. Podia ter colocado o Tchê Tchê, o Adson, o Loide”, destacou, criticando a falta de ambição nas substituições feitas ainda no intervalo.
Essas escolhas abriram espaço para que o Vitória crescesse na partida, mesmo com um homem a menos. A falta de compactação e intensidade foi evidente, especialmente após o empate de Renato Kayzer. Pouco depois, já nos minutos finais, o mesmo atacante — revelado pelas categorias de base do próprio Vasco — aproveitou falha defensiva de Puma Rodríguez e virou a partida para o time baiano.
"Tomar uma virada do Vitória. Com todo respeito ao Vitória, que é uma equipe muito melhor treinada pelo Thiago Carpini. Desculpa gente, isso é falta de vergonha na cara." – @pedrosa #sbtsportsrio #sbt #futebol pic.twitter.com/c0Iy5kdOKl
— SBT Rio (@sbtrio) May 12, 2025
Reflexo de uma crise ampla
Aliás, a fala de Pedrosa vai ao encontro das análises publicadas após o confronto. De acordo com avaliação feita pelo portal ge, o Vasco demonstrou clara queda física e, principalmente, fragilidade emocional. As alterações de Felipe, que retiraram jogadores com boa atuação, como Coutinho, e colocaram nomes que não corresponderam, como Hugo Moura e Loide, agravaram a desorganização em campo.
Durante a coletiva, Felipe reconheceu o estado mental abalado do grupo: “Depois do gol de empate, acabamos sofrendo bastante”. Contudo, o cenário já parecia insustentável, e sua saída foi confirmada logo após o apito final. Agora, Fernando Diniz assume um elenco em crise e pressionado por uma sequência negativa que já soma oito partidas sem vitória.
Perspectivas imediatas
O novo comandante terá pouco tempo para ajustar a equipe. A estreia será nesta terça-feira (13), às 21h30 (de Brasília), contra o Lanús, fora de casa, pela Copa Sul-Americana. O jogo é decisivo para as pretensões do clube no torneio continental, mas acontece em um cenário repleto de dúvidas e baixa confiança.
A semana foi especialmente dura para os torcedores, que viram a equipe acumular derrotas para Palmeiras, Puerto Cabello e, agora, o Vitória. A chegada da delegação ao Rio foi marcada por protestos e confrontos com a polícia. Enquanto isso, internamente, a diretoria discute reformulações estruturais e busca reconstruir o departamento de futebol com o respaldo de Diniz.