Na avaliação minuciosa de Rodrigo Coutinho, publicada em seu blog no ge, o empate do Santos diante do Ceará evidenciou avanços importantes na postura da equipe, embora tenha deixado clara a urgência por maior efetividade ofensiva. Segundo o jornalista, o desempenho santista no empate sem gols demonstrou certa evolução, mas o time ainda está longe da consistência exigida para escapar da parte inferior da tabela do Brasileirão.
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Rodrigo Coutinho destacou que o Santos controlou boa parte do primeiro tempo no Allianz Parque, principalmente nos 47 minutos iniciais. O meio-campista Rollheiser, com movimentações inteligentes e presença ofensiva, foi o que mais se aproximou do gol adversário.
Ele trocou de posição com Thaciano no início, e depois passou a se movimentar com mais liberdade graças à projeção de Gabriel Bontempo, que substituiu o desfalque João Schmidt.
Ainda assim, o jornalista sublinhou que a estratégia ofensiva careceu de variações e profundidade. Segundo ele, “converter presença ofensiva em chances reais de gol segue sendo o principal desafio do Santos — e com pressa!”. Afinal, a equipe continua na zona de rebaixamento, a quatro pontos do 16º colocado.
Além disso, Coutinho observou que, apesar das boas trocas de passes e tentativas de inversão para explorar Soteldo pela esquerda, o time da Baixada mostrou fragilidade em manter a intensidade após os 30 minutos do primeiro tempo. O Ceará passou a controlar mais o jogo, ocupando o campo ofensivo e impedindo as transições santistas.
Papel dos Adversários e Limitações na Criação
O Ceará, como salientado por Coutinho, cumpriu bem seu plano de jogo, protegendo a área com solidez e respondendo com contra-ataques perigosos, especialmente na segunda etapa. Com destaques como Dieguinho, Pedro Henrique e Galeano, a equipe visitante não apenas travou as investidas do Peixe, como também levou perigo nos minutos finais — obrigando o goleiro Gabriel Brazão a duas defesas fundamentais.
Ao mesmo tempo, o comentarista chamou atenção para a limitação tática do Santos em variar os setores de ataque. A dependência excessiva de Soteldo se tornou evidente, algo que, segundo ele, reduziu o repertório ofensivo do time. O venezuelano até desequilibrou enquanto teve fôlego, mas acabou sobrecarregado à medida que a partida avançava.
Substituições e Tentativas de Reação
Nas substituições promovidas por Cléber Xavier, Rodrigo Coutinho enxergou tentativas legítimas de dar novo fôlego à equipe. As entradas de Barreal e Léo Godoy trouxeram certa revitalização, principalmente na articulação ofensiva, permitindo ao time voltar a ameaçar pelo lado direito. Ainda assim, Tiquinho Soares não conseguiu transformar as boas assistências em finalizações precisas.
Do lado do Ceará, Léo Condé fez alterações apenas na reta final. Rafael Ramos substituiu o marcador direto de Soteldo, enquanto Rômulo, Bruno Tubarão e Lourenço deram novo gás ao meio-campo e ao ataque. Apesar da pressão final do Santos, a equipe visitante teve oportunidades claras de vencer o duelo, barradas apenas pelas intervenções do goleiro santista.