Jogador do Real Madrid é julgado

Escudo do Real Madrid (Foto: Reprodução)

Raúl Asencio, zagueiro do Real Madrid e atual titular da equipe principal, tornou-se réu em um processo judicial na Espanha. O jogador e outros três ex-integrantes das categorias de base do clube foram formalmente acusados de gravar e compartilhar imagens íntimas de duas mulheres, sendo uma delas menor de idade. A ação tramita no Tribunal de Instrução Número 3 de San Bartolomé de Tirajana, nas Ilhas Canárias.

O caso teve início em setembro de 2023, a partir de uma denúncia feita pela mãe da adolescente envolvida, no município de Santa María de Guía. Segundo a investigação, um dos acusados teria mantido relações sexuais com a menor, que tinha 16 anos na época, registrado as imagens e as distribuído sem consentimento por meio de um aplicativo de mensagens.

O conteúdo acabou sendo compartilhado entre diferentes grupos compostos por jogadores do clube.

Identificação dos acusados e evolução do caso

Inicialmente, as identidades dos envolvidos foram mantidas em sigilo. Apenas se sabia que um deles integrava o Real Madrid Castilla, enquanto os demais pertenciam ao Real C.

Com o avanço das apurações, os nomes foram revelados: além de Asencio, estão implicados Andrés García, Ferrán Ruiz e Juan Rodríguez. Todos foram detidos ainda em 2023 no centro de treinamentos de Valdebebas, sede do clube.

As investigações indicam que os jogadores registraram imagens das vítimas e repassaram o material sem autorização. A polícia apurou que a menor admitiu ter consentido a relação sexual, mas negou qualquer autorização para a gravação e divulgação do vídeo.

Diante disso, os quatro atletas são agora formalmente acusados de violação de privacidade, difusão de conteúdo sem permissão, uso de menores com fins pornográficos e posse de material relacionado à pornografia infantil.

Repercussão pública e manifestações

As consequências do episódio extrapolaram o âmbito judicial. Em abril de 2025, Asencio enfrentou protestos durante uma partida contra o Alavés, válida pelo Campeonato Espanhol. Torcedores do clube adversário colaram cartazes com o rosto do zagueiro nos arredores do estádio Mendizorroza e, aos 33 minutos do segundo tempo, o árbitro interrompeu a partida para verificar se o atleta possuía condições emocionais de continuar em campo.

“Real Madrid: protetor de agressores” era a frase estampada em alguns dos cartazes, refletindo a insatisfação de parte da torcida com a permanência do jogador no elenco, mesmo diante das acusações.

Etapas seguintes no processo

Com o encerramento da fase investigativa, o Ministério Público e a Promotoria espanhola agora têm a prerrogativa de formalizar as denúncias e solicitar o julgamento dos envolvidos. A possível condenação pode levar à aplicação de penas severas, uma vez que os crimes envolvem menores e violação de direitos fundamentais.

O episódio segue em destaque na imprensa local e internacional, sobretudo pela relevância do clube no cenário esportivo e pela presença de Asencio no time principal. A diretoria do Real Madrid, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o andamento do processo ou sobre eventuais medidas disciplinares internas.