Corinthians: entenda a relação do PCC com a investigação da VaideBet

Bandeira do Corinthians (Foto Reprodução/Instagram)

A Polícia Civil de São Paulo revelou, por meio de relatório recente, que mais de R$ 1 milhão pagos pelo Corinthians como parte de um contrato de intermediação com a empresa VaideBet teve como destino final uma agência esportiva associada ao crime organizado. O valor, referente a uma parcela de R$ 1,4 milhão, foi investigado após quebra de sigilo bancário autorizada pelas autoridades.

A quantia acabou nas mãos da UJ Football, empresa que atua na gestão de carreiras de atletas. A agência pertence a Ulisses Jorge, responsável pela representação de nomes relevantes no futebol internacional. Segundo os investigadores, a ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) surgiu após a delação premiada do empresário Antônio Vinícius Lopes Grisbach, assassinado em novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos.

Conforme os dados apurados, os repasses iniciais partiram de Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design, empresa oficialmente apontada como intermediária no contrato com o Corinthians. Dessa empresa, os valores foram enviados à Neoway Soluções Integradas, registrada em nome de uma moradora da periferia de Peruíbe sem conhecimento da operação, caracterizando-a como empresa laranja.

Posteriormente, a Neoway direcionou cerca de R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas. Essa movimentação foi identificada como o início do processo de ocultação da origem do dinheiro. A Wave, então, repassou o montante à UJ Football em três depósitos. Além disso, mais R$ 200 mil foram rastreados até a Victory Intermediação de Negócios, também ligada ao caso.

Diante dos fatos, o Corinthians declarou não ter qualquer envolvimento com atividades ilícitas. “O clube reafirma seu total apoio às investigações e destaca que é vítima da situação”, afirmou em nota. O posicionamento ressalta que todos os contratos foram firmados dentro da legalidade.

Por fim, o episódio aumenta a pressão sobre Augusto Melo, presidente do clube. O Conselho Deliberativo votará um possível impeachment em reunião marcada para segunda-feira (26), envolvendo quatro processos distintos contra o dirigente.