O retorno de Neymar Jr. ao Santos, oficializado em janeiro de 2025, envolve um contrato de cinco meses que demanda do clube um investimento de, ao menos, R$ 105 milhões — o equivalente a R$ 21 milhões mensais entre salários e direitos de imagem.
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Esse montante representa 25% do orçamento total do time para a atual temporada, elaborado previamente à assinatura do acordo. O compromisso, que vai até 30 de junho, inclui diversos desdobramentos financeiros, estruturais e de marketing, refletindo uma operação de alto impacto dentro e fora de campo.
A composição do pagamento mensal ao jogador está dividida em duas frentes principais. De um lado, o contrato federativo estabelece um salário bruto de R$ 4,14 milhões. Por outro, estão os valores vinculados à imagem do atleta e ações promocionais conduzidas pela NR Sports, empresa administrada pelo pai do camisa 10.
Conforme o contrato, o clube deve transferir obrigatoriamente à empresa o valor mínimo de US$ 15 milhões — cerca de R$ 85 milhões — até 30 de julho, independentemente das receitas que forem geradas ao longo do vínculo. A não arrecadação da quantia esperada obriga o Santos a utilizar recursos próprios para cobrir o déficit.
Além do aspecto financeiro direto, o acordo prevê uma divisão detalhada das receitas publicitárias. Patrocínios fechados após a chegada de Neymar Jr. têm 75% dos valores destinados à NR Sports, enquanto o clube fica com os 25% restantes.
Já em contratos firmados anteriormente, como o patrocínio máster, a empresa do pai do jogador tem direito a três quartos do acréscimo financeiro registrado com a valorização da exposição do atleta. Como exemplo, o Santos substituiu a Blaze, que pagava R$ 22,5 milhões anuais, pela Bet7k, cujo contrato rende R$ 51 milhões por ano. Desse valor, R$ 21 milhões — que correspondem à diferença proporcional — são repassados à NR Sports.
Desde o início da nova parceria, a agremiação registrou um incremento de R$ 66 milhões nas receitas de patrocínio, dos quais R$ 49,5 milhões já têm como destino a empresa responsável pela imagem do atacante.
Adicionalmente, o clube reportou a adesão de novos fornecedores por meio de permutas, envolvendo desde bebidas e equipamentos até melhorias no centro de treinamento. Também houve aumento expressivo no programa Sócio Rei, com arrecadação extra de cerca de R$ 2 milhões mensais, além do cumprimento antecipado da meta anual de vendas de camisas.
Outros termos do acordo incluem benefícios exclusivos ao jogador e sua família, como três camarotes na Vila Belmiro com capacidade para 36 pessoas, 20 ingressos por partida fora de casa, passagens em classe executiva para o estafe da NR Sports, voos privados e hospedagens em hotéis cinco estrelas.
Em caso de rescisão antecipada, a cláusula garante à empresa o recebimento integral do valor estipulado para a imagem, e o clube só pode utilizar o nome e imagem do jogador mediante autorização formal da NR Sports. Aliás, essa divisão de lucros em ações comerciais seguirá válida por mais um ano após o encerramento do atual vínculo, limitado aos contratos firmados até 30 de junho.
Conforme revelado pelas reportagens, embora a operação represente um esforço financeiro inédito para o clube que revelou Neymar pelas categorias de base, a expectativa da diretoria é que o impacto comercial e midiático do retorno justifique o investimento a médio prazo.
Entretanto, nem o clube nem os representantes do jogador se manifestaram oficialmente sobre os detalhes do acordo, sob alegação de cláusulas de confidencialidade.