Felipão é sincero sobre utilização da base no Grêmio: “Não dá para…”

Felipão pelo Grêmio (Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Luiz Felipe Scolari, atual coordenador técnico do Grêmio, demonstrou preocupação com a utilização precoce de jovens jogadores revelados pelas categorias de base do clube. A equipe principal atravessa um momento difícil na temporada, com apenas uma vitória nos últimos dez compromissos. Para Felipão, esse cenário desfavorável compromete o desenvolvimento adequado dos atletas mais jovens, o que exige cautela por parte da comissão técnica.

Durante entrevista à Grêmio TV, Scolari relembrou o processo de integração de talentos em períodos mais estáveis do clube. “Lembrem que o time de 1995 tinha Roger, Carlos Miguel, Arilson, e eu fui vê-los jogar pelo Juvenil em Londrina”, afirmou. Ele pontuou que o atual momento não é o ideal para lançar jogadores promissores ao ambiente competitivo da equipe principal. “Não dá para colocar esses jogadores no fogo que a gente está atualmente”, completou.

Na última segunda-feira (12), o coordenador acompanhou a derrota do time sub-20 para o Bragantino, por 2 a 0, no CT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul. O Tricolor ocupa a penúltima posição no Campeonato Brasileiro da categoria, com oito pontos em dez partidas — desempenho que também foi afetado pela promoção de jogadores ao elenco profissional.

Felipão citou alguns nomes que já foram integrados ao time principal, como Viery, Alysson e Serrote. Segundo ele, embora haja jovens com potencial, é necessário selecionar com critério aqueles que realmente podem contribuir de forma imediata. “Nós vamos, aos poucos, buscando um ou outro dentro daquelas características que o Mano precisa”, explicou.

Desde sua chegada no final de abril, o ex-treinador atua como elo entre a base e o grupo profissional. O objetivo, conforme ele relatou, é proporcionar orientações técnicas e estratégicas para os treinadores, especialmente em momentos de instabilidade. “É muito mais difícil lançar jovens agora”, reconheceu.

A fala de Felipão reforça a necessidade de planejamento e paciência no trabalho de transição dos atletas da base. A prioridade do momento, segundo ele, é evitar prejuízos ao desenvolvimento dos jogadores e preparar o terreno para um futuro mais promissor.