Gabriel Barbosa, o Gabigol, tem enfrentado um cenário peculiar desde que chegou ao Cruzeiro. No clássico disputado no domingo (18), contra o Atlético, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, o atacante iniciou a partida no banco e só foi a campo aos 39 minutos do segundo tempo.
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Ele substituiu o companheiro Chrisan, mas teve atuação discretíssima, tocando na bola apenas uma vez em 12 minutos de jogo.
Segundo o técnico Leonardo Jardim, a decisão de segurá-lo até os minutos finais foi baseada na performance dos jogadores que estavam em campo. “Poderia tê-lo colocado no lugar de um dos avançados, mas eles estavam bem. Por isso, nos últimos dez minutos, arrisquei com dois atacantes”, declarou o treinador.
Elogios públicos e contradições
Apesar do uso tímido do jogador, Jardim fez questão de enaltecer a conduta de Gabigol no elenco. O português afirmou que o atacante “precisa e merece” mais tempo em campo, descrevendo-o como “um excelente profissional” e “jogador de grupo”. Ainda assim, ponderou: “Tenho que decidir, tirar uns e colocar outros. Só podem jogar 11”.
Essa postura gerou um contraste evidente entre as palavras e as ações do técnico. Enquanto o discurso valoriza o atacante, a prática mostra um aproveitamento mínimo, mesmo em partidas onde a equipe busca alternativas ofensivas nos minutos finais.
Contexto do jogo e desempenho coletivo
A partida diante do Atlético-MG terminou empatada sem gols, com o Cruzeiro dominando estatisticamente. Foram 21 finalizações do time celeste contra apenas sete do rival. O número de escanteios também refletiu a superioridade territorial: 15 a 1 para os mandantes. Ainda assim, a equipe comandada por Jardim não conseguiu converter essa pressão em gols.
O técnico, inclusive, demonstrou surpresa com a estratégia adversária, definindo o Atlético como uma equipe excessivamente defensiva e focada em contra-ataques. “Esperava um pouco mais do adversário”, comentou.
Decisões técnicas e repercussões
As três substituições promovidas por Jardim no clássico ocorreram tardiamente, a partir dos 28 minutos da etapa final. Além de Gabigol, entraram o lateral William e o atacante Bolasie. O treinador reconheceu que poderia ter inserido Gabigol mais cedo, mas justificou que os atacantes titulares estavam desempenhando bem suas funções.
O episódio reacendeu debates entre torcedores, que clamavam por mais tempo de jogo para o camisa 9, sobretudo em momentos decisivos da partida. Mesmo assim, o treinador reforçou que suas escolhas se baseiam em um “balanço” e que nem sempre é possível contemplar todos os atletas disponíveis.
Situação atual na temporada
O Cruzeiro ocupa atualmente a terceira colocação na tabela da Série A, com 17 pontos. A equipe está a apenas um ponto do Flamengo, vice-líder, e a cinco do Palmeiras, que lidera o campeonato. A boa fase do time, aliás, pode estar dificultando a entrada de Gabigol entre os titulares, mesmo com o prestígio que ele carrega no futebol brasileiro.
O calendário do clube segue movimentado, com jogos marcados contra o Vila Nova na quarta-feira (22), às 19h, pela Copa do Brasil; contra o Fortaleza no sábado (25), às 20h30, pelo Brasileirão; e contra o Unión-ARG na quarta-feira seguinte (28), às 21h30 (de Brasília), pela Sul-Americana.