Renato Maurício Prado apontou, com veemência, a limitação do modelo de jogo adotado por Filipe Luís à frente do Flamengo. Em sua coluna no UOL Esporte, publicada na segunda-feira (19), o jornalista definiu o atual Flamengo como “um time de uma nota só que muitas vezes desafina”.
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Conforme sua análise, a equipe inicia as partidas com imposição ofensiva, adiantando a marcação e ocupando o campo rival. No entanto, quando não consegue marcar cedo, o rendimento desaba — como ocorreu no empate contra o Botafogo no Maracanã.
Segundo ele, o domínio rubro-negro durante os primeiros 30 minutos não se converteu em chances reais. Já o adversário, mesmo com menos posse, conseguiu criar oportunidades mais claras. “No segundo tempo, então, o Flamengo desmilinguiu em campo”, descreveu Renato, ao evidenciar o apagão tático pós-intervalo.
Elenco sem inspiração e substituições contestadas
A crítica também se estendeu ao desempenho individual dos atacantes. “Todos os atacantes rubro-negros estão em péssima forma técnica”, disparou, citando nominalmente Cebolinha, Michael, Bruno Henrique, Luís Araújo e Matheus Gonçalves, além de Pedro, que ainda busca recuperar o ritmo após longa ausência por lesão.
Para Renato, nem mesmo a entrada de Juninho — substituto de Pedro — fez sentido: “Pedro, de muletas, é melhor que Juninho”, ironizou. Ele ainda cobrou explicações de José Boto, responsável pela contratação do jogador.
Inegavelmente, o comentarista se mostrou indignado com a ausência de jovens promessas da base. Renato destacou que Filipe conhece bem talentos como Joshua, Pablo Lúcio, João Victor, Rayan Lucas e Wallace Yan, mas opta por mantê-los no banco.
“Ele foi campeão mundial com eles. Conhece-os bem. Por que não os utiliza diante de tantos desfalques?”, questionou com ênfase.
Setor ofensivo engessado e falhas recorrentes
Prado também destrinchou falhas recorrentes nas jogadas ofensivas. Para ele, a opção por pontas com perfil de corte para dentro, somada à ineficiência dos laterais nas bolas cruzadas, compromete a produtividade. “Os laterais, na maioria das vezes, chegam ao bico da grande área e cruzam alto e quase sempre errado!”, observou.
Além disso, criticou a obsessão por dribles e passes curtos, sem tentativas de finalização: “É impossível corrigir tal obsessão?”, provocou o colunista.
Aliás, ele alertou que nem mesmo a ausência de peças fundamentais serve de desculpa. “O Botafogo também tinha várias ausências, tão ou mais importantes”, lembrou, ao citar Barbosa, Bastos, Savarino e Artur como exemplos. Portanto, para o jornalista, a justificativa dos desfalques não se sustenta diante da apatia em campo.
Preocupações com a sequência e críticas à gestão
Ao projetar o duelo contra o Palmeiras, marcado para o próximo domingo (25 de maio), Renato acendeu o alerta: “Se o Flamengo perder no Allianz ficará sete pontos atrás do Palmeiras”. Segundo ele, a equipe precisa “trocar a partitura urgentemente” e incorporar novos nomes ao time titular, principalmente da base.
Dessa forma, ele evidencia que o foco no Campeonato Brasileiro pode ser comprometido se ajustes não forem realizados com urgência. “A prioridade da temporada poderá escorrer pelos dedos”, escreveu, ao apontar a falta de soluções convincentes no banco de reservas e a queda técnica generalizada do elenco.