O empate sem gols entre Flamengo e Botafogo, disputado no sábado (18 de maio), no Maracanã, trouxe à tona algumas questões táticas relevantes. A equipe rubro-negra, comandada interinamente por Filipe Luís, voltou a demonstrar dificuldades na construção ofensiva, enquanto o Botafogo, de Renato Paiva, executou uma proposta de jogo que limitou o adversário.
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Conforme destacou Paiva em entrevista coletiva, o plano do Botafogo envolvia pressionar alto e bloquear a saída curta de bola do Flamengo. “Nós preparamos foi o que fizemos algumas vezes durante o jogo, foi defender mais alto e no meio-campo do Flamengo, sempre que a bola estava no Rossi tentar estar alto”, revelou o treinador. A abordagem surtiu efeito, obrigando o rival a recorrer frequentemente a lançamentos longos.

Aliás, essa mudança forçada no estilo de saída do Flamengo representou um ganho tático para o Botafogo. “Acho que até obrigamos o Flamengo a bater mais bolas longas do que é normal, e isso, taticamente, foi bom para nós”, completou Paiva. A organização defensiva do time alvinegro conseguiu se manter sólida mesmo quando recuava por necessidade, principalmente nas investidas pela esquerda, com subidas de Alex Sandro.
A equipe rubro-negra, por sua vez, sofreu com desfalques importantes. Arrascaeta foi poupado por precaução médica, enquanto Pulgar segue em recuperação de lesão e Gerson cumpriu suspensão. Pedro, ainda abaixo fisicamente, teve dificuldades para segurar a bola e se movimentar. Bruno Henrique, por sua vez, continua em má fase técnica. A ausência de protagonismo ofensivo comprometeu o desempenho do time no setor de criação.
Renato Paiva também apontou que, ao longo do primeiro tempo, o Botafogo conseguiu corrigir o posicionamento e passou a incomodar a última linha defensiva do Flamengo com maior eficácia. “A partir da metade do primeiro tempo, corrigimos algumas coisas e começamos a sair já com eficácia e a pôr a defesa do Flamengo em sentido”, concluiu.
Enquanto o Flamengo precisa lidar com a queda de rendimento e buscar soluções internas para recuperar o protagonismo, o Botafogo tenta evoluir sob comando de Paiva. Apesar de críticas vindas da torcida, a diretoria não cogita, ao menos por ora, uma mudança no comando técnico, atribuindo o momento instável principalmente ao desempenho dos jogadores.