Clima tenso! Mais de 100 botafoguenses detidos em confusão durante Flamengo x Botafogo

Flamengo x Botafogo pelo Brasileirão (Foto:Adriano Fontes/Flamengo)

O empate por 0 a 0 entre Flamengo e Botafogo, válido pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, no domingo (18), ficou marcado por episódios de violência nas imediações do Maracanã. Ao todo, 102 torcedores foram detidos por envolvimento em confrontos ocorridos antes, durante e depois da partida.

Conforme relatado pela Polícia Militar, os envolvidos eram, em sua maioria, integrantes de torcidas organizadas, e foram flagrados nas ruas Arthur Menezes e São Francisco Xavier, na zona norte do Rio de Janeiro.

Durante a ação policial, foram apreendidos diversos objetos perigosos, entre eles garrafas, pedras, socos-ingleses e artefatos explosivos, incluindo bombas conhecidas como “Malvinas”. Todos os detidos foram levados em um ônibus do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) ao Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos.

Tensão também nas estações de trem

Além dos arredores do estádio, outro ponto de tensão ocorreu na estação de trem do Engenho de Dentro. Aliás, segundo a Força de Escolta, torcedores do Flamengo lançaram fogos de artifício contra outros presentes na plataforma, incluindo policiais que atuavam na escolta de torcidas.

A situação causou pânico e levou os agentes a utilizarem spray de pimenta para dispersar o tumulto. Apesar do ocorrido, a SuperVia, responsável pela operação ferroviária, manteve a circulação dos trens sem interrupções.

Partida paralisada e efeitos do conflito dentro de campo

Durante o segundo tempo do clássico, aos 23 minutos, o jogo precisou ser interrompido. O motivo foi o efeito do gás de pimenta que atingiu jogadores e membros da arbitragem. Contudo, não houve confusão dentro do estádio que justificasse a paralisação.

Conforme esclarecido posteriormente, o spray havia sido utilizado do lado de fora do Maracanã, onde os confrontos ocorriam simultaneamente.

Denúncias de torcedores e críticas do Botafogo

O Botafogo contestou publicamente a condução da operação de segurança. O clube alegou que seus torcedores foram os únicos detidos, mesmo estando em área previamente reservada pela Polícia Militar.

Segundo relatos, o grupo assistia ao jogo do lado de fora, diante de um bar, quando foi surpreendido por rivais rubro-negros que tentaram tomar bandeiras e materiais. O confronto provocou a intervenção policial, que resultou na detenção massiva de alvinegros.

Ainda conforme os relatos de frequentadores, mesmo aqueles que aceitaram o acordo judicial de pagamento de multa para evitar processo criminal receberam punições adicionais, como a proibição de entrar em estádios por três meses. O Botafogo divulgou nota oficial em que cobra explicações e aponta falhas na estratégia de isolamento e distribuição do público.

“Seguiremos firmes na defesa de nossa gente”, afirmou o clube, ao criticar a presença da torcida rival em área próxima à destinada aos visitantes.

Polêmica sobre a organização do evento

O planejamento da segurança já havia sido alvo de questionamento por parte do Botafogo desde a véspera. A agremiação considerou inadequada a decisão de permitir a presença de flamenguistas no setor sul do estádio, que, conforme um laudo citado pelo clube, deveria permanecer fechado quando não há divisão igualitária de ingressos entre as torcidas. Neste clássico, apenas 5% da carga total foi destinada aos alvinegros.

Ainda que o interior do Maracanã tenha permanecido estável, a crítica maior recai sobre o espaço externo. O perímetro dedicado ao Botafogo foi descrito como inferior ao de confrontos anteriores e semelhante ao que se oferece a times visitantes de fora do Rio, o que aumentou a vulnerabilidade dos seus torcedores.