Dorival Jr. pode promover mais mudanças no Corinthians

Dorival Jr. em sua primeira coletiva como técnico do Corinthians - Foto: Rodrigo Coca/Agência SCCP
Dorival Jr. em sua primeira coletiva como técnico do Corinthians - Foto: Rodrigo Coca/Agência SCCP

Dorival Júnior tem optado por uma abordagem cautelosa e flexível no comando técnico do Corinthians. Em meio a um calendário apertado, com elenco desgastado e desfalques importantes, o treinador declarou de forma enfática que não pensa em estabelecer um time base fixo.

“Não tem isso [time base]. Nós dependemos de uma equipe com energia em campo, ela tem que vir com os jogadores que estão recuperados”, afirmou após a vitória sobre o Santos, no domingo (18), pela nona rodada do Brasileirão.

Conforme explicado pelo técnico, a prioridade está na manutenção da intensidade e da condição física dos atletas. Assim, as escalações sofrerão mudanças constantes, conforme o desgaste individual e a necessidade de preservar peças diante das exigências do calendário. A perspectiva é de que esse rodízio se mantenha, ao menos, até a paralisação para o Mundial de Clubes da FIFA.

A vitória sobre o Santos, por 1 a 0, foi celebrada não apenas pelo resultado em si, mas por representar uma oportunidade de avançar no processo de adaptação às ideias do treinador. Apesar de um primeiro tempo travado, a equipe conseguiu ajustar seu posicionamento na etapa final.

“Passamos a jogar entre linhas adversárias. Com essa aproximação, você tem troca de passes e, aí sim, busca infiltrações”, comentou Dorival ao explicar as alterações táticas que surtiram efeito positivo.

Escolhas na escalação

Durante a partida, chamou atenção a escalação de Félix Torres como lateral-direito improvisado, substituindo Matheuzinho, lesionado. Dorival justificou a decisão ao mencionar o desgaste de Léo Mana, titular no jogo anterior pela Sul-Americana.

“Félix vem treinando, se dedicando e merecendo uma oportunidade. Fiquei muito feliz com a atuação dele”, disse o técnico, destacando o esforço do jogador e sua atuação eficiente diante de um adversário veloz como Soteldo.

Aliás, o próprio Dorival se mostrou crítico quanto à rigidez dos sistemas táticos. Para ele, formações como o 4-1-4-1 ou o 4-3-3 se transformam ao longo do jogo. “É muito raso avaliar futebol por número. A partir do momento que a bola começa a entrar um pouco mais, ele se torna outro esquema. A gente inverteu com 15 minutos de jogo”, explicou.

Mesmo com a vitória, o treinador reconheceu que o time ainda está distante do ideal. O primeiro tempo diante do Santos foi marcado por falhas de infiltração, isolamento do setor ofensivo e erros defensivos que quase custaram caro.

A movimentação de Igor Coronado e José Martínez no segundo tempo foi determinante para a construção do gol de Yuri Alberto, que definiu o placar na Neo Química Arena.

Dorival ressaltou que está apenas no início de sua trajetória no clube. A ausência de nomes como Memphis e Garro, ambos lesionados, limita ainda mais as opções. No entanto, a conquista dos três pontos traz alívio e confiança para seguir com os ajustes necessários. “Precisávamos acelerar essa troca de passe”, completou, ao comentar os avanços conquistados no segundo tempo.

Portanto, a gestão de Dorival Júnior à frente do Corinthians é marcada, precipuamente, pela recusa em consolidar uma formação titular definitiva. O técnico deixa claro que o rodízio não é apenas uma opção, mas uma convicção tática e física.

“Essa equipe vai sofrer alterações a todo instante”, reforçou, confirmando o planejamento de promover variações contínuas nas escalações, a fim de garantir competitividade e preservar o grupo ao longo da temporada.