Em 2024, o Santos apresentou uma receita de aproximadamente R$ 460 milhões, ocupando a 12ª colocação entre os 20 clubes de maior faturamento do Brasil. Apesar de estar fora do grupo que ultrapassou a marca de meio bilhão de reais, a equipe paulista manteve-se à frente de instituições como Fluminense, Grêmio e Vasco no quesito arrecadação total.
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O valor representa a soma das principais fontes de receita, como direitos de transmissão, bilheteria, transferências de jogadores, programas de sócio-torcedor e marketing.
Endividamento: alerta importante
Contudo, mesmo com a receita considerável, a dívida total do Santos alcançou R$ 650 milhões em 2024. Isso coloca o clube com uma relação dívida/receita de 1,41, ou seja, os compromissos financeiros do alvinegro praiano são 41% superiores à sua receita anual.
O dado é preocupante, especialmente quando comparado a clubes com arrecadações similares, como o Fluminense, cuja dívida representa menos da sua receita total anual (0,92).
Receita de marketing: contribuição significativa
No campo do marketing, o Santos obteve R$ 88 milhões, valor que representa uma parcela significativa de sua receita total. No ranking nacional de arrecadação via ações de publicidade, patrocínio e licenciamento de marca, o clube figura entre os dez primeiros.
Segundo estudo da Sports Value, patrocínios correspondem a 80% dessa receita, impulsionada principalmente por acordos com casas de apostas e empresas do setor digital.
Ainda assim, a distância em relação às maiores potências nesse quesito é expressiva. Flamengo (R$ 420 milhões), Corinthians (R$ 254 milhões) e Palmeiras (R$ 189 milhões) ocupam o topo da lista, destacando-se com valores muito superiores ao arrecadado pelo clube da Vila Belmiro.
Contexto nacional e comparação internacional
O futebol brasileiro registrou um total de R$ 10,9 bilhões em receitas entre os 20 clubes com maior faturamento, refletindo um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Transferências de jogadores foram o principal motor desse avanço, gerando R$ 2,9 bilhões. O marketing também teve alta expressiva, atingindo R$ 1,9 bilhão, o que representou um crescimento de 36%.
Entretanto, o aumento nos custos, especialmente os relacionados ao futebol profissional, atingiram R$ 8,7 bilhões — ou cerca de 80% da receita consolidada dos clubes. Esse descompasso financeiro contribuiu para um déficit coletivo de R$ 1 bilhão entre as principais instituições esportivas do país.
Considerações finais
O cenário do Santos em 2024 reflete um desempenho relevante em arrecadação, sobretudo diante da complexidade do ambiente econômico do futebol brasileiro. No entanto, o nível de endividamento do clube representa uma limitação importante para o seu planejamento estratégico nos próximos anos.
Assim sendo, embora o clube tenha conseguido explorar fontes como marketing e transferências, o equilíbrio financeiro ainda se mostra um desafio primordial para garantir sustentabilidade no longo prazo.