Ele foi peça-chave para saída de Neymar do Barcelona

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A transferência de Neymar para o Paris Saint-Germain, oficializada em agosto de 2017 por 222 milhões de euros, foi um dos movimentos mais impactantes da história do futebol. Contudo, segundo relatos recentes, o próprio jogador teria se arrependido da escolha poucos meses após sua chegada à França e só teria feito o acordo com o PSG devido à uma conversa com Daniel Alves.

A decisão, conforme revelado pelo agente André Cury, foi impulsionada por um pacto firmado com Daniel Alves durante o casamento de Lionel Messi. “Ele se sentia sozinho no Barcelona. No voo de volta, o Dani disse que também tinha proposta do PSG. Neymar respondeu que, se ele fosse, ele iria junto”, detalhou Cury.

Arrependimento precoce e tentativa frustrada de retorno

Dois meses depois de desembarcar em Paris, Neymar teria demonstrado arrependimento. Segundo Cury, o encontro aconteceu em um cassino, onde o jogador, emocionado, admitiu o erro e pediu ajuda para retornar à Catalunha.

“Ele chorou, disse que era muito novo, que tinha errado”, relembrou o agente. Anteriormente, Cury já havia tentado dissuadi-lo da transferência, utilizando uma metáfora curiosa: “Você vai sentir saudade, em dois meses vai tentar voltar, mas não vai dar. É como mudar de classe no meio do voo: impossível”, comparou.

Ainda que tenha havido uma negociação avançada para o retorno em 2019 — com uma oferta do Barcelona envolvendo Rakitic, Todibo, Dembélé por empréstimo e mais 150 milhões de euros — o PSG recusou a proposta. Neymar, inclusive, teria se disposto a pagar os 20 milhões restantes do próprio bolso, mas a transação foi barrada pelos dirigentes do clube francês.

Lesões, isolamento e queda de rendimento

A expectativa de protagonismo no novo clube logo deu lugar a uma sequência de lesões e crises. Em fevereiro de 2018, Neymar sofreu uma fratura no pé direito que o afastou dos gramados por meses. A partir de então, raramente ultrapassou 31 jogos por temporada com a equipe parisiense, contrastando com os mais de 50 que disputava anteriormente.

Enquanto lidava com o físico fragilizado, também enfrentava solidão e alta pressão. Conforme destacado no episódio 5 do podcast Neymar: O Príncipe que Não Quis Ser Rei, o atacante vivenciou em Paris uma fase marcada por instabilidade emocional e desgaste público. A partir de 2020, sua imagem passou a ser associada a festas e polêmicas, especialmente após a organização de uma megafesta em Mangaratiba durante a pandemia da covid-19.

Controvérsias e abalos na reputação

Além das lesões e desempenho irregular, Neymar enfrentou episódios que prejudicaram ainda mais sua imagem. Em 2019, foi acusado de estupro por Najila Trindade, processo posteriormente arquivado. Em 2021, a Nike rescindiu o contrato com o atleta após alegações de má conduta sexual com uma funcionária da empresa. Embora as investigações tenham sido inconclusivas, a empresa afirmou que o jogador se recusou a cooperar.

Esses episódios, somados à agressão a um torcedor após a final da Copa da França de 2019 e à perda da braçadeira de capitão da Seleção Brasileira, consolidaram a percepção pública de um atleta problemático, distante do profissionalismo que o consagrou no início da carreira.

Fim da trajetória em Paris e novo rumo

Já em 2022, na Copa do Mundo do Catar, Neymar sofreu nova lesão na estreia, mas conseguiu retornar nas quartas de final e marcou um belo gol contra a Croácia. A eliminação nos pênaltis, porém, encerrou mais uma tentativa de redenção.

No ano seguinte, com apenas oito partidas disputadas na temporada, o atacante foi considerado fora dos planos pelo PSG. Assim, em agosto de 2023, transferiu-se para o Al Hilal, da Arábia Saudita, encerrando um ciclo de seis anos que começou com expectativa de glória e terminou sob o peso do arrependimento e da frustração acumulada.