Cláudio Taffarel, um dos nomes mais emblemáticos da posição de goleiro no futebol brasileiro, foi surpreendentemente deixado de fora da lista definitiva dos dez maiores goleiros da história, elaborada pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol).
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A decisão da entidade chamou atenção por não incluir sequer um brasileiro entre os escolhidos, ignorando nomes que marcaram época com atuações decisivas em Copas do Mundo e clubes europeus.
Taffarel, titular da seleção na campanha do tetracampeonato em 1994, foi um dos principais responsáveis por consolidar a posição de goleiro no cenário nacional. Aliás, sua trajetória influenciou diretamente gerações posteriores de arqueiros no Brasil.
Contudo, mesmo com a bagagem expressiva, ele acabou preterido em uma relação que exaltou representantes de outras nacionalidades, com destaque para europeus.
Conforme divulgado pela própria IFFHS, o soviético Lev Yashin encabeça o ranking. Conhecido como “Aranha Negra”, o lendário goleiro é o único da posição a ter vencido a Bola de Ouro, feito conquistado em 1963.
Em seguida, aparecem o italiano Gianluigi Buffon e o alemão Manuel Neuer, ambos reconhecidos pelo desempenho em clubes e seleções.
O restante da lista segue uma tendência semelhante, privilegiando atletas de tradição europeia. Estão presentes ainda Iker Casillas (Espanha), Gordon Banks (Inglaterra), Petr Cech (República Tcheca), Dino Zoff (Itália), Sepp Maier (Alemanha), Ricardo Zamora (Espanha) e Oliver Kahn (Alemanha).
Simultaneamente à divulgação do ranking dos goleiros, a entidade também revelou sua lista dos dez maiores jogadores de linha da história. Nesse outro recorte, ao menos houve presença brasileira: Pelé foi incluído, embora tenha ficado atrás de Lionel Messi.
A escolha pelo argentino como o principal craque de todos os tempos causou repercussão, dado o impacto duradouro do rei do futebol nas Copas do Mundo e sua trajetória vitoriosa com a camisa do Santos e da seleção.
Além de Messi e Pelé, outros nomes incluídos foram Maradona, Cristiano Ronaldo, Cruyff, Ronaldo, Zidane, Beckenbauer, Di Stéfano e Ronaldinho Gaúcho.
O reconhecimento de jogadores brasileiros neste segundo grupo contrasta com a completa exclusão no ranking dos goleiros, acentuando a polêmica e o questionamento sobre os critérios adotados pela IFFHS.
Reações e críticas à representatividade na escolha
Embora a lista tenha pretensão de apresentar um recorte histórico, o fato de nenhum goleiro do Brasil figurar entre os dez maiores gerou questionamentos nos bastidores.
Afinal, o país coleciona títulos mundiais e revelou profissionais da posição que marcaram época, como Taffarel, Dida e mais recentemente Alisson. Entretanto, essas figuras foram ignoradas em favor de nomes com carreiras predominantemente ligadas ao futebol europeu.
Assim sendo, permanece a sensação de que conquistas em campo nem sempre são consideradas com o devido peso em rankings desse tipo. A ausência de brasileiros, sobretudo de um tetracampeão mundial com desempenho comprovado em grandes competições, como Taffarel, tende a prolongar o debate sobre a representatividade e imparcialidade nesses reconhecimentos internacionais.