O cenário eleitoral na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) causou desconforto entre diversos clubes da Série A e B. Grupos como Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo demonstraram insatisfação com a condução do processo que levou à candidatura única de Samir Xaud, médico de 41 anos apoiado por 25 federações e 10 clubes.
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Essas agremiações, que anteriormente articulavam o nome de Reinaldo Carneiro Bastos, expressaram frustração com a postura de Vasco, Botafogo e Palmeiras, que preferiram apoiar o bloco federativo. Conforme dirigentes envolvidos, a decisão foi percebida como um rompimento com a tentativa de formar uma frente unificada dos 40 clubes das principais divisões do país.
O CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, classificou a adesão às federações como um ato democrático. Entretanto, em conversas reservadas, membros do grupo criticaram o que consideraram um processo atropelado e excludente, no qual os clubes não tiveram voz efetiva na definição do candidato à presidência da entidade.
Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, afirmou que não há decisão definitiva quanto à participação na eleição marcada para domingo (25), às 10h30 (horário de Brasília). Segundo ele, o grupo busca uma “construção crítica” e defende que as resoluções sejam tomadas coletivamente. Ele também ressaltou a importância da unidade entre os clubes para garantir maior representatividade.
Enquanto isso, Samir Xaud tenta se aproximar dos clubes com promessas de mudanças no estatuto da CBF. Entre os pedidos, está a revisão da proporcionalidade dos votos, tema central para os dirigentes insatisfeitos com o atual modelo de governança da entidade.
Apesar dos apelos e encontros prévios, a ausência de consenso e a possibilidade de boicote por parte dos clubes mostram que, além de rachaduras, o episódio deixou marcas profundas na política do futebol brasileiro.