A eliminação do Grêmio para o CSA, em Porto Alegre, pela terceira fase da Copa do Brasil, simbolizou o ápice de uma fase instável e marcada por baixa eficiência ofensiva. Conforme destacou Rodrigo Coutinho em sua coluna no ge, o time gaúcho não conseguiu balançar as redes nos quatro jogos disputados no torneio.
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Aliás, o empate sem gols diante da equipe alagoana encerrou uma campanha que já havia começado de forma irregular contra São Raimundo e Athletic.
O desempenho do Tricolor até apresentou certa presença ofensiva na primeira etapa da partida derradeira, inclusive com finalizações perigosas protagonizadas por Braithwaite, Cristian Olivera e Marlon. Entretanto, conforme avançava o tempo, a criatividade desaparecia.
“O time evidenciou o seu pobre repertório de jogadas”, analisou Coutinho, ao apontar a limitação na construção das ações ofensivas.
Arbitragem sob questionamento no momento decisivo
Apesar da evidente fragilidade técnica apresentada pelo Grêmio, o episódio mais debatido da noite foi o gol anulado de Aravena nos acréscimos do segundo tempo. O árbitro Matheus Candaçan marcou falta de Kannemann na origem do lance, decisão mantida mesmo após revisão no VAR.
Segundo Coutinho, o contato interpretado como infração foi “aparentemente normal dentro da área”. O episódio gerou revolta entre torcedores e dirigentes gremistas.
Ainda assim, o comentarista enfatizou que a decisão polêmica da arbitragem não deve encobrir o baixo rendimento do time ao longo de toda a competição. A eliminação diante de um adversário da Série C, em casa, após derrota no jogo de ida, apenas consolidou o colapso de um time sem padrão estabelecido.
Estratégias falhas e escolhas questionáveis
No aspecto tático, Mano Menezes promoveu alterações que, em vez de potencializar a equipe, agravaram a desconexão entre os setores. Ronald foi improvisado na lateral-direita, enquanto João Pedro ficou no banco. Na zaga, optou-se por dois defensores canhotos: Kannemann e Wagner Leonardo. Monsalve foi o meia titular, mas saiu lesionado logo no início do segundo tempo.
Substituições posteriores buscaram tornar o time mais agressivo, com entradas de Aravena e Alysson, além de Pavón sendo deslocado para a lateral. Ainda assim, como descrito por Coutinho, “o ritmo de sua equipe se quebrou novamente”. O setor de criação continuou falhando, principalmente nas trocas de passes em zonas decisivas do campo.
CSA impõe estratégia e elimina o adversário com méritos
Embora a arbitragem tenha tido papel de destaque no final do jogo, Rodrigo Coutinho fez questão de valorizar a atuação do CSA. A equipe alagoana demonstrou organização defensiva durante os dois confrontos, além de exibir resiliência diante de um adversário tecnicamente superior.
No duelo de volta, com destaque para Gabriel Félix e o sistema de marcação coordenado, o time visitante neutralizou grande parte das investidas gremistas.
Uma eliminação que vai além do placar
O colunista encerra sua análise deixando claro que o problema do Grêmio é estrutural e não pontual. A eliminação na Arena não foi apenas consequência de um erro de arbitragem, mas sim do acúmulo de escolhas equivocadas, improvisações mal sucedidas e da ausência de um modelo de jogo. A incapacidade de encontrar soluções em campo, mesmo após as alterações promovidas, deixa o futuro do time em alerta.
Afinal, como reforça Coutinho, “a pobreza ofensiva e a polêmica da arbitragem apenas protagonizaram o que já vinha sendo anunciado há semanas: um time sem identidade, que pouco incomoda e muito preocupa”.