A trajetória de Lionel Messi nos Estados Unidos tem sido marcada por uma fase inédita em sua carreira. Desde que passou a defender o Inter Miami, o astro argentino tem convivido com uma frequência de derrotas incomum para seus padrões.
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De acordo com levantamento recente, a equipe da Flórida já foi superada em quase 29% das partidas disputadas em 2025, o que configura um dos piores índices de desempenho em sua trajetória nos gramados. Para efeito de comparação, em 2011/12, quando defendia o Barcelona, a equipe catalã sofreu apenas quatro reveses em toda a temporada, número inferior aos seis que o Inter já acumulou até maio deste ano.
Atualmente, o time norte-americano ocupa apenas a sexta posição na Conferência Leste da MLS e foi eliminado de maneira precoce na Liga dos Campeões da Concacaf, frustrando um de seus principais objetivos no calendário atual. A situação se agravou ainda mais com a derrota por 3 a 0 no clássico local diante do Orlando City, resultado que acentuou as críticas sobre a condução técnica da equipe por Javier Mascherano.
Tensões internas e dúvidas sobre o futuro
A crise em Miami ganhou novos contornos após a declaração lacônica de Messi ao ser questionado sobre sua renovação contratual. “Não, não sei de nada”, respondeu o camisa 10, de forma seca, após o último revés.
A frase aumentou as especulações sobre seu futuro, justamente às vésperas do Super Mundial de Clubes, competição que reunirá 32 equipes e servirá como evento-teste para a Copa do Mundo de 2026.
O Inter Miami enfrentará o Palmeiras na terceira rodada da fase de grupos do torneio, em duelo marcado para o dia 23 de junho, no Hard Rock Stadium, em Miami. A chave conta ainda com Al Ahly e Porto. Entretanto, a preparação da equipe para a competição tem sido prejudicada pela instabilidade técnica e pelo ambiente de desconfiança generalizada.
Inexperiência de Mascherano e desorganização tática
O técnico Javier Mascherano, que realiza sua primeira experiência à frente de um clube, tem sido apontado como um dos responsáveis pela má fase. Suas decisões táticas têm sido amplamente contestadas. Em recente partida, escalou Jordi Alba como ponta, decisão que gerou confusão tática e fragilizou a recomposição defensiva.
Segundo o próprio treinador, “claramente o responsável sou eu” — assumindo falhas recorrentes e afirmando que sua equipe técnica ainda não encontrou soluções para os erros defensivos.
Sua proposta de jogo, baseada em marcação alta e pressão constante, exige intensidade física e coordenação entre as linhas, o que não vem sendo cumprido. Jogadores experientes como Suárez, Alba, Busquets e o próprio Messi demonstram limitações físicas que comprometem a execução do sistema.
Além disso, a defesa tem sido vazada com facilidade, e os adversários encontraram formas consistentes de explorar os espaços deixados pela linha alta desorganizada.
Elenco desequilibrado e mercado incerto
O desequilíbrio do elenco é outro ponto sensível. Apesar das estrelas que compõem o plantel — todos ex-companheiros de Messi no Barcelona —, o restante do grupo carece de profundidade e alternativas. Rumores sobre possíveis contratações de nomes como Neymar, Di María, Pogba e De Bruyne surgiram recentemente, mas nenhum deles supre a necessidade mais urgente: reforçar o sistema defensivo.
Segundo apurado, o clube reservou recursos para a janela de transferências do meio do ano, embora esbarre nos limites financeiros impostos pelas regras da liga norte-americana.
Panorama sombrio às vésperas do confronto com o Palmeiras
Por ora, o Inter Miami busca reagir diante de um cenário desafiador. A equipe venceu apenas uma vez nos últimos sete compromissos, e o ambiente, embora ainda unido em torno de Messi, já mostra sinais de desgaste. As atuações recentes indicam que o clube terá dificuldades no Super Mundial, a menos que ajustes drásticos sejam realizados em curto prazo.
A presença de Messi em campo, mesmo que envolta em dúvidas e frustrações, segue sendo um dos maiores atrativos da competição. Entretanto, conforme evidenciado pelos números e pelo ambiente interno, o prestígio do camisa 10 não tem sido suficiente para mascarar os problemas de um projeto que, ao menos até aqui, mostra-se disfuncional.