Fernando Diniz tomou uma decisão clara em relação a Loide: irá apostar no atacante, ainda que sob forma de teste inicial. Após episódios de instabilidade emocional e desempenho oscilante, o treinador do Vasco afirmou que o jogador angolano merece uma nova oportunidade, desde que consiga demonstrar mais consistência e foco dentro de campo.
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“Ele pode nos ajudar muito”, declarou Diniz ao presidente Pedrinho, sinalizando a intenção de reintegrá-lo ao planejamento da equipe na temporada.
Essa escolha surgiu após o duelo contra o Operário, pela Copa do Brasil. Na ocasião, Loide converteu o pênalti decisivo na classificação da equipe, mas também protagonizou momentos de tensão ao “provocar” o técnico no banco após um chute perigoso, atitude que foi malvista por parte da torcida.
Ainda assim, o treinador minimizou a situação e reforçou que não enxergou indisciplina no gesto, mas sim a necessidade de recuperar sua confiança.
Bastidores de uma tentativa de resgate
Conforme apurado, Diniz e sua comissão técnica acreditam que o problema principal do atleta reside na instabilidade emocional. Loide, que tem velocidade e habilidade no um contra um, apresenta dificuldade em lidar com vaias e falhas durante as partidas. Para resolver isso, o treinador tem feito reuniões com o jogador, buscando corrigir esse comportamento e restaurar sua autoconfiança.
Essa tentativa de recuperação, aliás, não parte apenas do comando técnico. Colegas como Vegetti e Paulo Henrique também manifestaram apoio público. O centroavante argentino afirmou: “Temos que ajudar. Ele pode nos ajudar muito. Necessitamos dele.” Já o lateral ressaltou que outros jogadores enfrentaram momentos semelhantes no passado e conseguiram dar a volta por cima.
Histórico recente e contexto do teste
A trajetória de Loide no clube teve início no fim de fevereiro, quando o Vasco investiu 1,5 milhão de euros na sua contratação junto ao Alanyaspor, da Turquia. O contrato prevê bônus adicionais de 1 milhão de euros, vinculados a metas de desempenho. Contudo, até o momento, o atacante soma dez partidas sem registrar gols ou assistências.
Nos últimos jogos, o jogador acumulou lances que causaram irritação nos torcedores. Contra Puerto Cabello, Vitória e Operário, teve atuações apagadas e, em Salvador, chegou a ser chamado de “displicente” pelo diretor técnico Felipe. Durante a partida com o Operário, foi vaiado intensamente após tentar um drible elástico na lateral do campo, que não resultou em nada efetivo.
Um momento chave para o futuro
A princípio, Loide será avaliado de forma pontual. Conforme o entendimento interno, o atacante possui atributos físicos e técnicos relevantes, mas precisa mostrar maior sintonia com as exigências táticas da equipe e, sobretudo, transmitir confiança ao grupo. O teste, portanto, vai além do desempenho técnico: é uma análise da sua maturidade e capacidade de se encaixar no modelo de jogo proposto por Diniz.
Nas imagens dos bastidores divulgadas pela Vasco TV, o abraço entre o treinador e o atleta após a classificação foi simbólico.
“Foi um gesto necessário, de acolhimento e responsabilidade compartilhada”, declarou um membro da comissão. Afinal, o sucesso desse novo capítulo depende da reciprocidade: tanto do clube em oferecer suporte quanto do atacante em corresponder dentro e fora de campo.