A turbulência política vivida atualmente pelo Corinthians tem extrapolado os bastidores administrativos e impactado diretamente o ambiente esportivo do clube. O presidente Augusto Melo enfrenta a possibilidade de impeachment e foi recentemente indiciado pela Polícia no caso VaideBet, acusado de envolvimento em crimes relacionados a essa investigação. Esse cenário gerou apreensão dentro e fora do Parque São Jorge, atingindo inclusive o elenco profissional.
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Diversos jogadores demonstraram preocupação com a instabilidade institucional. Segundo relatos, atletas passaram a procurar dirigentes e seus próprios empresários para entender os possíveis desdobramentos, caso ocorra a saída de Melo do comando do clube. Afinal, há temor quanto à continuidade de projetos esportivos e à manutenção de compromissos financeiros assumidos pela atual gestão.
Diante da situação, o executivo de futebol Fabinho Soldado tem se destacado como figura central na tentativa de estabilizar o ambiente interno. Embora também seja funcionário do clube, ele possui autonomia para gerir o departamento de futebol, com poder de decisão sobre contratações e demissões. Por isso, tornou-se o principal responsável por blindar o elenco em meio à crise política.
Fabinho tem buscado garantir que o setor esportivo funcione de maneira independente, independentemente do resultado da votação do Conselho Deliberativo marcada para segunda-feira (26). A ideia é preservar a rotina no CT Joaquim Grava e reforçar aos jogadores e à comissão técnica que o planejamento esportivo seguirá inalterado, mesmo com a turbulência fora das quatro linhas.
A preocupação do elenco também se reflete nas conversas frequentes nos corredores do centro de treinamento, onde o assunto é debatido com naturalidade, embora gere insegurança. Segundo fontes próximas ao executivo, a instabilidade política é vista como parte do cotidiano de clubes de grande porte, especialmente quando há disputas internas tão acirradas.
Apesar disso, dirigentes do clube mantêm diálogo direto com os atletas, a fim de que o foco permaneça nas competições em andamento: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. O objetivo é não permitir que os desdobramentos políticos prejudiquem o desempenho dentro de campo, demonstrando uma tentativa clara de separação entre os âmbitos político e esportivo.