Renato Paiva, técnico do Botafogo, trouxe à tona uma justificativa clara para a ampla rotação promovida no elenco durante a partida contra o Capital-DF, válida pela Copa do Brasil. Apesar da derrota por 1 a 0 no Mané Garrincha, a equipe garantiu a vaga nas oitavas de final devido à vantagem construída no confronto anterior.
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Segundo o treinador, o descanso de atletas foi imprescindível diante do acúmulo de jogos e da sobrecarga física que acomete parte do grupo.
“Obviamente que descansar os jogadores era muito importante para nós. Era uma decisão que tínhamos que fazer porque há jogadores sobrecarregados com a quantidade de jogos que estão tendo”, afirmou o treinador.
Paiva destacou que não aprecia mudanças em larga escala, mas a combinação entre a vantagem de quatro gols, a ausência de compromissos no fim de semana e o confronto decisivo contra a Universidad de Chile, pela Libertadores, motivaram a escolha. “Não gosto de fazer o que fiz hoje, uma revolução quase completa. Gosto de mudar com critério e manter uma base.”
Critérios técnicos e improvisações forçadas
Com um elenco reduzido por lesões e jogadores poupados, o técnico manteve Alex Telles em campo, mesmo preferindo preservar o lateral. “Mantendo Telles porque Marçal sentiu algo no treino de anteontem e decidimos que ele não estava apto para o jogo, e por isso dividimos Telles e Vitinho”, explicou. A decisão, segundo ele, foi feita com base em diagnósticos físicos e não apenas técnicos.
Atualmente, o departamento médico do clube conta com sete nomes: Barboza, Bastos, Savarino, Matheus Martins, Mastriani, Artur e David Ricardo. Além disso, o Botafogo deixou no Rio nomes como John, Cuiabano, Gregore, Marlon Freitas e Igor Jesus.
Essa combinação de ausências obrigou o técnico a escalar uma formação alternativa quase por completo.
Olhar adiante: Libertadores e elenco reforçado
Mesmo com a classificação garantida na Copa do Brasil, o foco imediato da equipe está na próxima terça-feira (27), quando enfrentará a Universidad de Chile pela Libertadores. Paiva revelou que há expectativa de retorno de alguns atletas.
“Ainda é cedo para dizer. Há jogadores que poderão regressar, não sei bem quais. Vai haver jogadores que vão regressar. Estaremos um pouco mais completos para esse jogo com a La U.”
A vitória por 4 a 0 no jogo de ida possibilitou ao treinador priorizar a recuperação física de seus principais jogadores, com o objetivo de manter a competitividade nas duas frentes em que o clube está envolvido.
Reconhecimento à torcida e autocrítica pontual
Paiva também fez questão de agradecer o apoio da torcida presente no estádio, reconhecendo a frustração por não ter entregue uma exibição mais convincente.
“Estou imensamente triste por não dar a vitória e uma exibição melhor. De fato, eles ‘pagaram a conta’ por termos este jogo tão decisivo na terça-feira. No entanto, passamos. Estamos na fase seguinte da Copa do Brasil, que é o mais importante.”
Além disso, ele reiterou a importância do torcedor no Nilton Santos, pedindo apoio incondicional para o embate diante da equipe chilena. “Que eles nos ajudem muitíssimo na próxima terça-feira e sejam o 12º jogador.”
Ritmo de jogo e avaliação do desempenho
Apesar da derrota, Paiva valorizou o ganho de minutagem para atletas que vinham atuando pouco. “O positivo foi que muitos deles fizeram 90 minutos, outros 80. Criamos oportunidades suficientes para ganhar o jogo”, disse.
Ele ainda elogiou o gol marcado pelo adversário, ressaltando a qualidade da finalização que, segundo ele, “se bobear, vai para o Puskás”.
A performance de Santiago Rodríguez também foi destacada. O meia fez sua primeira partida completa após se recuperar de lesão e, conforme o técnico, apresentou evolução física e técnica.