Embora o Botafogo tenha sido derrotado por 1 a 0 pelo Capital-DF na última quinta-feira (22), em partida válida pela Copa do Brasil, a atuação de Santiago Rodríguez chamou a atenção do técnico Renato Paiva. O uruguaio, contratação mais cara do clube para a temporada, foi um dos poucos destaques positivos em campo.
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A equipe carioca, que havia vencido o jogo de ida por 4 a 0, garantiu a classificação, mesmo com o revés no Mané Garrincha. Durante entrevista após o jogo, Paiva destacou o desempenho de Santiago, que disputou sua primeira partida completa pelo Botafogo.
“Santi é um jogador que vem de lesão. Estava em um período de adaptação porque vem de um campeonato muito diferente. Depois vem a lesão, que atrasa tudo. Entrou alguns minutos contra o Flamengo e este é o primeiro grande período que tem para jogar e para ganhar outra vez confiança para ganhar tudo isso que perdeu quando esteve lesionado”, afirmou o treinador.
Processo de recuperação e retomada de confiança
O técnico português ressaltou o comprometimento do meio-campista e sua evolução, mesmo diante das limitações físicas. “Trabalhou, fez o que pedi, só que com o passar do tempo vai perdendo frescor físico e mental para tomar boas decisões. Mas é um jogo em que deu alguns bons indicadores. É um jogador com quem obviamente nós contamos. Vem crescendo, mas essa lesão interrompeu um pouco a evolução dele”, concluiu Paiva.
Aliás, apesar de ainda não ter balançado as redes nem dado assistências nos sete jogos em que atuou, o jogador demonstrou movimentação e disposição ofensiva. Conforme análise do próprio técnico, esses sinais são fundamentais para sua reintegração plena ao elenco principal.
Contexto da partida e gestão do elenco
A partida contra o Capital foi marcada por uma escalação quase integralmente reserva. Dos titulares, apenas Alex Telles iniciou o confronto. Renato Paiva justificou a decisão como estratégica, diante da sobrecarga do elenco e do confronto decisivo contra a Universidad de Chile, pela Libertadores, agendado para a próxima terça-feira (27), às 21h30, no Nilton Santos.
“Era uma decisão que tínhamos que fazer porque há jogadores sobrecarregados com a quantidade de jogos que estão tendo. Não gosto de fazer o que fiz hoje, uma revolução quase completa. Gosto de mudar com critério e manter uma base. Só que a vantagem de quatro gols e esta sobrecarga nos levou à decisão de mudar a equipe praticamente toda”, explicou.
Rodagem, ritmo e retorno de lesionados
Mesmo diante da derrota, o comandante valorizou os aspectos positivos do confronto. “O positivo foi que estes jogadores, que não têm ritmo de jogo, ganharam ritmo em uma competição. Muitos deles fizeram 90 minutos, outros 80. Criamos número de oportunidades suficientes para ganhar o jogo”, declarou Paiva, enfatizando a importância da minutagem para atletas menos utilizados.
Por conseguinte, o treinador revelou que o clube pode ter reforços importantes para o jogo contra a equipe chilena. Com um departamento médico ainda cheio — nomes como Bastos, Barboza, Savarino, Matheus Martins e Mastriani seguem em recuperação —, Paiva afirmou que alguns atletas têm chance de retorno.
“Ainda é cedo para dizer. Há jogadores que poderão regressar, não sei bem quais. Vai haver jogadores que vão regressar. Estaremos um pouco mais completos”, disse.
Apoio da torcida e foco no próximo desafio
Enfim, o técnico fez questão de agradecer a presença dos torcedores no estádio de Brasília, mesmo ciente da frustração pelo resultado.
“Eles pagaram a conta por termos este jogo tão decisivo na terça-feira, termos ganho de 4 a 0 no jogo de ida e termos essa possibilidade de descansar alguns jogadores que eles desejavam ver”, reconheceu. Ainda assim, pediu apoio incondicional para o próximo compromisso. “Aquilo que espero na próxima terça-feira é lotar o Nilton Santos de energia, de positividade, de apoio”, apelou Paiva.