
Palmeiras e Flamengo protagonizaram, no Allianz Parque, um dos confrontos mais aguardados do Campeonato Brasileiro de 2025. Afinal, tratava-se do embate entre dois dos elencos mais fortes do país, liderados por técnicos badalados e respaldados por torcidas apaixonadas.
Notícias mais lidas:
No entanto, o duelo de domingo (25) revelou-se muito mais que uma simples derrota alviverde por 2 a 0. Conforme destacou Milly Lacombe em sua coluna no UOL Esporte, o revés teve efeitos simbólicos profundos e deixou marcas na moral do time paulista.
Conservadorismo como ponto de ruptura
A crítica de Lacombe centrou-se na escolha tática do Palmeiras. Mesmo atuando em casa e liderando a competição até então, a equipe optou por uma estratégia recuada, priorizando a marcação. A escalação contou com uma formação que privilegiava a defesa, como a dobradinha entre Giay e Mayke pelo lado direito, e dois volantes com pouca capacidade de criação. Estêvão, deslocado, teve atuação apagada e com dificuldades de encaixe.
A colunista questiona o motivo pelo qual o Palmeiras, mesmo em posição favorável, escolheu “jogar para não perder”. Segundo ela, a opção por uma escalação conservadora custou caro.
“O Palmeiras escolheu ser conservador e pagou com sua desmoralização. Custou muito mais do que apenas alguns pontos. Custou um pouco da alma”, escreveu.
Falhas capitais nos momentos-chave
Mesmo com uma proposta limitada, o time comandado por João Martins — substituto de Abel Ferreira, suspenso — começou o jogo buscando o ataque e chegou a criar boas chances. Aos 11 minutos, após toque de mão de Varela dentro da área, Piquerez teve a chance de abrir o placar.
Porém, a cobrança foi desperdiçada e defendida por Rossi. Esse erro, aliás, expôs um problema recorrente: foi o quarto pênalti perdido em oito cobranças pela equipe na temporada.
A partir desse lance, o desempenho despencou. O ritmo caiu, o controle se perdeu e o adversário ganhou confiança. Ainda no primeiro tempo, o Flamengo aproveitou falhas defensivas em jogadas com Gómez e Facundo.
No segundo tempo, o cenário agravou-se com a penalidade cometida por Murilo em Arrascaeta, marcada após revisão do VAR. O gol gerado por esse lance acirrou os ânimos. A defesa palmeirense ficou vulnerável, e a equipe passou a tentar reagir de forma desordenada.
Reação tardia e ineficaz
O Palmeiras lançou mão de peças ofensivas como Flaco López, Paulinho, Raphael Veiga e Maurício. Essa reformulação ofensiva trouxe um certo ímpeto, e a equipe pressionou. Contudo, a falta de precisão nas finalizações impediu qualquer mudança no placar.
Foram 14 finalizações no total, mas apenas três encontraram o alvo. Aos 41 minutos, o Flamengo selou a vitória com o segundo gol, transformando os acréscimos em mera formalidade.
Impactos no planejamento e na moral
Com a derrota, o clube paulista desperdiçou a chance de ampliar a vantagem na liderança e agora vê o Flamengo encostar na tabela. O placar não apenas reduziu a distância entre os rivais para um ponto, mas também gerou questionamentos internos e externos.
O auxiliar João Martins chamou a arbitragem de “amadora” e criticou duramente a condução do VAR, enquanto o goleiro Weverton afirmou que “temos a categoria de cagar com tudo” — frase que sintetiza a frustração interna com os próprios erros.