A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou os áudios do VAR referentes aos dois pênaltis marcados na vitória do Flamengo sobre o Palmeiras por 2 a 0, no domingo (25), no Allianz Parque, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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O primeiro lance ocorreu ainda no primeiro tempo. O árbitro Ramon Abatti Abel marcou toque de mão de Varela dentro da área e apontou a penalidade a favor do Palmeiras. Contudo, foi aconselhado pelo árbitro de vídeo, Wagner Reway, a verificar a localização exata do contato, considerando a possibilidade de a infração ter acontecido fora da área.
“Abatti, por ser um lance fino, poderia recomendar a revisão direta, mas acho melhor você dar uma olhada junto comigo para ficar claro. Revisão para falta fora, ok?”, disse Reway.
Após revisar as imagens, Abatti observou que o pé de Varela tocava a linha e que seu corpo estava praticamente sobre ela, o que confirmava a penalidade. Na cobrança, Piquerez parou nas mãos do goleiro Rossi.
“Jogador está dentro, o pé dentro. Está tocando a linha, o pé está mais dentro da linha, o corpo todo em linha. Não tem outra imagem? O pé está dentro. A tendência é que o jogador esteja dentro da área e com o braço sobre a linha”, disse Abatti.
No segundo tempo, a situação se inverteu. Arrascaeta foi derrubado por Murilo dentro da área, mas a arbitragem inicialmente mandou seguir. O VAR novamente entrou em ação, e Reway indicou que o defensor havia usado o braço para impedir o avanço do atacante. Após rever o lance, Abatti considerou o movimento imprudente e assinalou o pênalti a favor do Flamengo.
“O defensor fez movimento claro com o braço. Abatti, recomendo revisão para possível penal. O impacto você vai me ajudar a avaliar com o que viu no campo. O atacante ia passar, ele abriu o braço contra a passagem do atacante, ok?” -, Reway.
“O atacante teria toda condição de pegar a bola, jogador coloca o braço e impede o atacante. Ele puxa o jogador, bota a mão no peito, jogador imprudente, (lance) promissor. Ele segura, impede o jogador de prosseguir de forma imprudente”, – concluiu Ramon Abatti Abel.
As decisões causaram reações imediatas dos envolvidos. O goleiro Weverton foi um dos mais críticos: “Temos a categoria de cagar com tudo”, disparou. Já o auxiliar João Martins foi mais além ao classificar a arbitragem como “amadora” e acusar o VAR de mandar no jogo.
No lado rubro-negro, houve protestos relacionados à possível expulsão de Gustavo Gómez e um lance anterior com Varela. José Boto, dirigente do Flamengo, chegou a afirmar que um representante do Palmeiras tentou invadir o vestiário da arbitragem — fato negado por Anderson Barros, dirigente alviverde.
A CBF, por sua vez, não mencionou esse episódio na súmula, mas disponibilizou publicamente os áudios para esclarecer os critérios adotados. A medida visou aumentar a transparência nas decisões e reduzir as especulações em torno da arbitragem.