
O Manchester United encerrou a temporada 2024/2025 com um desempenho considerado abaixo de qualquer expectativa. O clube terminou apenas na 15ª colocação da Premier League e ainda amargou o vice-campeonato na Liga Europa após derrota para o Tottenham.
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Diante do cenário desolador, a diretoria iniciou um processo de reformulação profunda no elenco, e o primeiro grande movimento foi a decisão de pagar a multa rescisória de Matheus Cunha, atacante do Wolverhampton e da seleção brasileira.
O valor investido para concretizar a transferência é de £ 62,5 milhões, o equivalente a cerca de R$ 480 milhões na cotação atual. O contrato firmado prevê vínculo até junho de 2030, com possibilidade de renovação até 2031 .
Crise financeira pressiona mudanças drásticas
A ausência na próxima edição da Liga dos Campeões gerou impacto direto nas receitas do clube. Estima-se uma perda de cerca de £ 100 milhões (R$ 775 milhões), o que agravou uma já delicada situação financeira.
A folha salarial atual, de £ 172,4 milhões por ano (R$ 1,3 bilhão), também está na mira da diretoria, que busca reduzi-la com urgência para evitar sanções por parte da Premier League, devido ao descumprimento das regras de sustentabilidade econômica .
Nesse contexto, o co-proprietário Sir Jim Ratcliffe determinou que todo o elenco está disponível para negociação. Nomes de peso como Bruno Fernandes, Casemiro, Alejandro Garnacho e Kobbie Mainoo foram incluídos na lista de transferíveis. Fernandes, inclusive, já admitiu publicamente que cogita deixar o clube a fim de colaborar com a reformulação do projeto esportivo.
Aposta no talento brasileiro e juventude
A escolha por Matheus Cunha representa, aliás, mais que uma simples contratação: é a tentativa de rejuvenescimento e de retorno a uma identidade mais ofensiva. O brasileiro, de 26 anos, soma 10 gols e 8 assistências em 34 partidas na Premier League. Além disso, apresenta média de 2,3 dribles bem-sucedidos por jogo e foi convocado três vezes para a seleção brasileira no último ano .
Sua trajetória no futebol europeu inclui passagens por Sion, RB Leipzig, Hertha Berlin e Atlético de Madrid. No Wolverhampton, encontrou regularidade e se tornou um dos destaques da equipe.
Revelado pelas categorias de base do Coritiba, o atacante chega ao United como peça fundamental no novo esquema tático do técnico Ruben Amorim, que pretende montar uma equipe mais veloz e menos dependente de veteranos.
Ruben Amorim se mantém sob pressão
Mesmo após a derrota na final europeia, Ruben Amorim foi mantido no comando da equipe. O técnico português, conhecido por seu trabalho no Sporting, chegou a se oferecer para sair sem compensações, mas foi convencido pela diretoria a seguir liderando o processo de reconstrução.
“Saio no dia seguinte se entenderem que não sou mais útil”, declarou Amorim, após a final. Ainda assim, sua permanência está diretamente atrelada à capacidade de entregar resultados em curto prazo.
Expectativas da torcida e mercado de transferências
A contratação de Matheus Cunha gerou reações divididas entre os torcedores. Parte da torcida celebrou a chegada de um jogador promissor e identificado com o estilo ofensivo desejado. Outra parcela, no entanto, demonstrou preocupação com o alto investimento em um momento de fragilidade econômica.
O clube, entretanto, mantém o planejamento para novas aquisições. A diretoria estuda a contratação de um zagueiro de alto nível e um volante defensivo. Nomes como Jarrad Branthwaite, do Everton, e Manuel Ugarte, do Paris Saint-Germain, estão sendo monitorados. Tais negociações, contudo, estão condicionadas à venda de jogadores do atual plantel.
A reconstrução e o desafio da Premier League
Dessa forma, a chegada de Matheus Cunha simboliza um novo capítulo para o Manchester United. Em um campeonato marcado por forte concorrência, sobretudo de clubes como City, Arsenal, Liverpool e Tottenham, o time de Old Trafford enfrenta o desafio de reencontrar sua relevância esportiva.
A torcida, por sua vez, clama por mais do que promessas. Entre as demandas mais recorrentes estão: transparência da diretoria, melhorias imediatas no rendimento da equipe e o resgate da identidade ofensiva que marcou gerações passadas do clube.