Manchester United pagará R$ 480 milhões por jogador brasileiro

Bandeirinha escanteio Manchester United - Foto: Marc Atkins (2023 Getty Images, Getty Images Europe)

O Manchester United encerrou a temporada 2024/2025 com um desempenho considerado abaixo de qualquer expectativa. O clube terminou apenas na 15ª colocação da Premier League e ainda amargou o vice-campeonato na Liga Europa após derrota para o Tottenham.

Diante do cenário desolador, a diretoria iniciou um processo de reformulação profunda no elenco, e o primeiro grande movimento foi a decisão de pagar a multa rescisória de Matheus Cunha, atacante do Wolverhampton e da seleção brasileira.

O valor investido para concretizar a transferência é de £ 62,5 milhões, o equivalente a cerca de R$ 480 milhões na cotação atual. O contrato firmado prevê vínculo até junho de 2030, com possibilidade de renovação até 2031 .

Crise financeira pressiona mudanças drásticas

A ausência na próxima edição da Liga dos Campeões gerou impacto direto nas receitas do clube. Estima-se uma perda de cerca de £ 100 milhões (R$ 775 milhões), o que agravou uma já delicada situação financeira.

A folha salarial atual, de £ 172,4 milhões por ano (R$ 1,3 bilhão), também está na mira da diretoria, que busca reduzi-la com urgência para evitar sanções por parte da Premier League, devido ao descumprimento das regras de sustentabilidade econômica .

Nesse contexto, o co-proprietário Sir Jim Ratcliffe determinou que todo o elenco está disponível para negociação. Nomes de peso como Bruno Fernandes, Casemiro, Alejandro Garnacho e Kobbie Mainoo foram incluídos na lista de transferíveis. Fernandes, inclusive, já admitiu publicamente que cogita deixar o clube a fim de colaborar com a reformulação do projeto esportivo.

Aposta no talento brasileiro e juventude

A escolha por Matheus Cunha representa, aliás, mais que uma simples contratação: é a tentativa de rejuvenescimento e de retorno a uma identidade mais ofensiva. O brasileiro, de 26 anos, soma 10 gols e 8 assistências em 34 partidas na Premier League. Além disso, apresenta média de 2,3 dribles bem-sucedidos por jogo e foi convocado três vezes para a seleção brasileira no último ano .

Sua trajetória no futebol europeu inclui passagens por Sion, RB Leipzig, Hertha Berlin e Atlético de Madrid. No Wolverhampton, encontrou regularidade e se tornou um dos destaques da equipe.

Revelado pelas categorias de base do Coritiba, o atacante chega ao United como peça fundamental no novo esquema tático do técnico Ruben Amorim, que pretende montar uma equipe mais veloz e menos dependente de veteranos.

Ruben Amorim se mantém sob pressão

Mesmo após a derrota na final europeia, Ruben Amorim foi mantido no comando da equipe. O técnico português, conhecido por seu trabalho no Sporting, chegou a se oferecer para sair sem compensações, mas foi convencido pela diretoria a seguir liderando o processo de reconstrução.

“Saio no dia seguinte se entenderem que não sou mais útil”, declarou Amorim, após a final. Ainda assim, sua permanência está diretamente atrelada à capacidade de entregar resultados em curto prazo.

Expectativas da torcida e mercado de transferências

A contratação de Matheus Cunha gerou reações divididas entre os torcedores. Parte da torcida celebrou a chegada de um jogador promissor e identificado com o estilo ofensivo desejado. Outra parcela, no entanto, demonstrou preocupação com o alto investimento em um momento de fragilidade econômica.

O clube, entretanto, mantém o planejamento para novas aquisições. A diretoria estuda a contratação de um zagueiro de alto nível e um volante defensivo. Nomes como Jarrad Branthwaite, do Everton, e Manuel Ugarte, do Paris Saint-Germain, estão sendo monitorados. Tais negociações, contudo, estão condicionadas à venda de jogadores do atual plantel.

A reconstrução e o desafio da Premier League

Dessa forma, a chegada de Matheus Cunha simboliza um novo capítulo para o Manchester United. Em um campeonato marcado por forte concorrência, sobretudo de clubes como City, Arsenal, Liverpool e Tottenham, o time de Old Trafford enfrenta o desafio de reencontrar sua relevância esportiva.

A torcida, por sua vez, clama por mais do que promessas. Entre as demandas mais recorrentes estão: transparência da diretoria, melhorias imediatas no rendimento da equipe e o resgate da identidade ofensiva que marcou gerações passadas do clube.