Dirigente do Santos pede demissão; entenda

Escudo do Santos (Foto: Raul Baretta/Santos FC)

A saída de Pedro Martins do cargo de CEO do Santos marca mais um capítulo turbulento no cenário recente do clube. A decisão foi comunicada na manhã de terça-feira (27), e decorre de uma série de atritos internos, divergências de planejamento e instabilidade nos bastidores.

Martins chegou ao clube no final de dezembro de 2024 e acumulava também a função de diretor de futebol. Conforme revelado, ele buscava implementar um modelo de gestão mais moderno, mas encontrou forte resistência. “O saudosismo vai matar o Santos”, declarou o dirigente em abril, em entrevista coletiva que repercutiu negativamente entre dirigentes e torcedores.

A diretoria pretendia transferi-lo para funções exclusivamente administrativas, fixando-o na Vila Belmiro, enquanto outro profissional cuidaria do futebol no CT Rei Pelé. Contudo, Martins recusou a mudança. Eventualmente, desgastado por pressões e críticas relacionadas à eliminação na Copa do Brasil e à má campanha no Brasileirão, optou por deixar o cargo.

Entre os episódios mais controversos estão a alta multa rescisória de Pedro Caixinha, ex-técnico da equipe, e a manutenção de Gabriel Veron, mesmo após casos de indisciplina. A multa, de aproximadamente R$ 15 milhões, pode gerar um novo transfer ban ao clube, já que o caso foi levado à Fifa. Aliás, o dirigente foi contrário à devolução de Veron ao Porto e bancou sua permanência.

Durante sua gestão, o Santos contratou jogadores como Zé Rafael, Leo Godoy, Barreal, Rollheiser e Tiquinho Soares, além de repatriar Neymar, operação esta conduzida diretamente pelo presidente Marcelo Teixeira. Martins também esteve à frente da negociação com Caixinha, a quem deu respaldo até sua saída.

Atualmente, o Santos procura um novo CEO focado na administração e um diretor de futebol para dar sequência à reestruturação. A saída de Martins encerra um ciclo breve, porém marcante, num contexto de crise institucional e pressão por resultados imediatos.