Situação envolvendo Impeachment de Augusto Melo

Augusto Melo - Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Augusto Melo - Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Em meio à intensificação da crise política no Corinthians, o presidente Augusto Melo acionou o Judiciário em duas frentes na tentativa de manter-se no comando do clube. Os pedidos judiciais buscam, respectivamente, a suspensão da votação de seu impeachment e a anulação do indiciamento no caso VaideBet.

A primeira iniciativa foi um habeas corpus protocolado na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Nele, a defesa de Melo argumenta que a investigação conduzida pela Polícia Civil foi utilizada com motivações políticas por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians. “Inexiste qualquer indício de autoria delitiva, tampouco materialidade do crime atribuído ao paciente”, sustenta o documento apresentado.

Augusto Melo durante coletiva de imprensa do Corinthians (Foto: Rodrigo Coca/ Corinthians)

Aliás, a defesa também rebate as acusações de crimes como lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. Os advogados afirmam que não há provas concretas que justifiquem o indiciamento e ainda apontam supostos erros cronológicos no inquérito. Eles alegam que Augusto Melo estaria sujeito a um “dano irreparável à honra”, caso venha a ser afastado do cargo.

Contudo, a juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro negou o pedido de liminar, entendendo que os argumentos não demonstram elementos suficientes para sustentar a medida emergencial. A decisão representa um revés importante para o mandatário, que já havia afirmado que não renunciaria, mesmo diante do agravamento da crise.

Simultaneamente, Melo tentou impedir a votação de seu impeachment por meio de outro pedido na 5ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé. A defesa exigia a divulgação da lista de conselheiros votantes, com a justificativa de aferir possíveis irregularidades no processo. A solicitação, porém, foi igualmente rejeitada pela juíza Marcia Cardoso, que classificou o pedido como infundado para análise de urgência.

A votação da continuidade do processo de impeachment está marcada para esta segunda-feira (27 de maio), às 18h (horário de Brasília), no Salão Nobre do Parque São Jorge. Conforme o estatuto, caso a maioria simples dos conselheiros seja favorável, Augusto Melo será afastado temporariamente da presidência. Nessa hipótese, Osmar Stabile, atual vice-presidente, assumirá o cargo de forma interina até nova deliberação da Assembleia Geral.

Anteriormente, o Conselho Deliberativo havia se reunido em 20 de janeiro, quando aprovou a admissibilidade do processo por 126 votos a 114. A sessão, entretanto, foi suspensa por motivos de segurança e horário. Agora, com a retomada do processo, o futuro de Melo permanece incerto, em meio a disputas internas e tensões crescentes nos bastidores do clube.