Polícia Civil faz investigação no CT do Corinthians

Escudo do Corinthians (Foto: Reprodução/Instagram)

A rotina no CT Joaquim Grava foi inesperadamente alterada após a descoberta de sete câmeras clandestinas em áreas estratégicas do local. A situação, que já estava sendo acompanhada pela Polícia Civil em razão do suposto desaparecimento de materiais esportivos, ganhou novos contornos após a identificação dos equipamentos não autorizados.

A empresa RD Soluções Tecnológicas, responsável pela manutenção do sistema de segurança do centro de treinamento desde fevereiro de 2024, localizou as câmeras durante um serviço solicitado pelo presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile. Quatro dos dispositivos estavam instalados no almoxarifado e outros três no corredor de acesso, todos sem qualquer integração ao sistema oficial do clube.

Escudo do Corinthians (Foto Reprodução/Instagram)

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 24º Distrito Policial, os equipamentos estavam vinculados a um endereço de e-mail desconhecido pelos atuais funcionários e membros da diretoria. Conforme o documento, os departamentos de segurança e tecnologia do clube afirmaram não ter conhecimento prévio sobre a presença dessas câmeras no ambiente interno do CT.

A Polícia Civil, que já havia sido acionada por causa da suspeita de sumiço de materiais esportivos, deve retornar ao local a fim de avaliar se há elementos suficientes para a abertura de um inquérito. Caso isso ocorra, novas diligências serão realizadas para apurar as responsabilidades pela instalação dos dispositivos e os motivos envolvidos.

Aliás, a situação pode estar relacionada a uma denúncia recente feita por Marcelo Munhoes, ex-chefe de TI do clube. Ele apontou a existência de cerca de três mil notas fiscais que não teriam sido contabilizadas no exercício de 2024. Segundo ele, o controle dos materiais esportivos fornecidos pela Nike foi transferido do Parque São Jorge para o CT, por determinação do então presidente Augusto Melo. A operação foi executada por Caio do Valle, ex-consultor de negócios estratégicos.

O ex-funcionário destacou, ainda, a ausência de um controle confiável do estoque, mencionando que o certificado digital do Departamento Financeiro só foi obtido em novembro de 2024. “A SEFAZ só disponibiliza as notas fiscais dos últimos três meses, o que gera uma lacuna grave nas informações fiscais”, afirmou Munhoes, que também revelou uma tentativa de se implantar um sistema paralelo de controle, supostamente com o objetivo de manter o estoque fora do conhecimento do Parque São Jorge.

Assim sendo, o Corinthians enfrenta mais um episódio delicado fora das quatro linhas, enquanto a diretoria interina tenta reorganizar os bastidores do clube em meio às investigações e denúncias que continuam surgindo.