O retorno de Neymar ao Santos, firmado em contrato no final de janeiro deste ano, teve como objetivo inicial a recuperação física do jogador, que vinha de grave lesão no joelho. Conforme revelou seu pai e empresário, a proposta era permanecer por cinco meses na Vila Belmiro, sem a obrigatoriedade de atuar em campo.
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“O projeto do Neymar era ficar cinco meses no Santos. Para quê? Para ele se recuperar. Esse é o projeto. Se o Neymar conseguisse jogar, amém”, declarou na zona mista do estádio municipal de Bragança Paulista.
Entretanto, diante da necessidade do time durante o Campeonato Paulista, a estreia acabou sendo antecipada. O atacante atuou pela primeira vez em 2025 contra o Botafogo-SP, no dia 5 de fevereiro, ainda na fase classificatória do estadual. A decisão apressada acabou interferindo no cronograma de recuperação, segundo o pai do jogador.
Questões estruturais e financeiras dominam impasse
Atualmente, o vínculo contratual com o clube santista termina em 30 de junho. O presidente Marcelo Teixeira conduz as negociações para uma possível renovação, com propostas que vão até o fim de 2026, embora o clube também aceite prorrogação de apenas uma temporada.
Neymar, porém, afirmou publicamente que só decidirá sobre seu futuro após o duelo contra o Fortaleza, em 12 de junho, o último compromisso antes da paralisação para o Super Mundial de Clubes.
O pai do camisa 10 pontuou que a continuidade da parceria depende mais do Santos do que da vontade do próprio atleta: “O Santos tem condição de abrigar o Neymar e de continuar com o Neymar? Nestes cinco meses fizemos de tudo para ajudar o clube, não oneramos o clube, pelo contrário: trouxemos receita. Cabe ao Santos administrar isso”.
Além do salário mensal de R$ 4,1 milhões, a NR Sports – empresa da família Neymar – recebe 75% das receitas geradas por contratos de imagem e marketing fechados desde o retorno do jogador. Ao final dos cinco meses, o valor total projetado a ser pago pelo clube pode superar R$ 105 milhões.
Desempenho em campo e condições físicas
Desde seu retorno, Neymar participou de 12 partidas, incluindo amistosos, marcou três gols e distribuiu o mesmo número de assistências. Ainda assim, ficou fora de dez compromissos por conta de duas lesões musculares, que o afastaram por 42 e depois por 36 dias, respectivamente.
Apesar da limitação física, o atleta demonstrou satisfação com o trabalho de recuperação promovido pelo Santos. “A gente realmente vai utilizando pouco a pouco, porque sabe da intensidade que ele se entrega para jogar, precisa ter esse cuidado”, explicou seu pai, acrescentando que o clube tem conduzido esse processo de forma adequada.
Avaliação da diretoria e impacto na imagem do clube
Internamente, o clima na diretoria santista é de tranquilidade. Mesmo diante das cobranças públicas feitas por Neymar Pai, dirigentes afirmaram considerar positivas suas falas e asseguram que a situação está sob controle. Para a cúpula alvinegra, a ligação afetiva entre o atleta e o clube, bem como a relação com a cidade e os torcedores, seguem sendo trunfos importantes na tentativa de manter o ídolo na Vila Belmiro.
Além disso, a diretoria entende que dificilmente outro clube comprometeria 75% das receitas de marketing por um jogador, o que pode favorecer a renovação. Contudo, o ambiente de incertezas no Campeonato Brasileiro, onde o Santos luta contra o rebaixamento, também pesa nas decisões da família do atleta, que cobra maior profissionalismo e estrutura por parte da instituição.
