Durante entrevista recente, o ex-presidente do Grêmio, Paulo Odone, revelou bastidores pouco conhecidos sobre a tentativa frustrada de repatriar Ronaldinho Gaúcho em 2011. Segundo o dirigente, a negociação foi inicialmente proposta por Assis, irmão e empresário do atleta, com o argumento de que Ronaldinho desejava encerrar a carreira no clube onde começou.
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Odone narrou que o primeiro contato ocorreu durante uma homenagem ao jogador no Palácio Piratini. A partir dali, buscou aproximação, inclusive com a mãe de Ronaldinho, Dona Miguelina. “O Assis veio me propor: ‘O Ronaldinho gostaria de terminar no Grêmio, na casa dele, se reabilitar em Porto Alegre’”, contou o ex-dirigente.
A negociação, entretanto, esbarrou em diversas dificuldades. Embora o contrato estivesse pronto para ser assinado, Ronaldinho deu declarações públicas elogiando Flamengo, Palmeiras e Grêmio de forma ambígua. “Ele diz ‘O Flamengo é o time do coração, o Palmeiras me paga bem, e o Grêmio é o time da minha terra’. Eu vou trazer ele assim?”, questionou Odone, ressaltando a falta de clareza do jogador.
Outro ponto crítico foi o pedido de R$ 12 milhões para a rescisão com o Milan, feito por Assis. O dirigente afirmou que esse valor inviabilizou qualquer possibilidade de acordo. “Eles pediam mais R$ 12 milhões… Eu disse, ‘vai me desculpar, não dá. Deu’”, relatou.
Além dos bastidores da negociação, Odone lembrou episódios da infância de Ronaldinho nas categorias de base do Grêmio. O jogador se destacava tanto que os times adversários atuavam com dois atletas a mais para tentar equilibrar as partidas. As confusões entre pais motivaram mudanças na condução dos treinos, com a substituição deles por estudantes de Educação Física.
Assim, a tentativa de trazer Ronaldinho de volta terminou sem sucesso, marcada por exigências financeiras e declarações que colocaram em dúvida o real interesse do atleta em retornar ao clube.