Carlos Alcaraz deixou oficialmente o Flamengo após apenas cinco meses de clube. A confirmação da compra pelo Everton, da Inglaterra, por 15 milhões de euros (aproximadamente R$ 96 milhões), encerrou de forma definitiva o vínculo do meia com o Rubro-Negro, marcando o fim de uma das contratações mais caras e curtas da história da equipe carioca.
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Contratado em agosto de 2024 junto ao Southampton, o argentino custou ao Flamengo um total de R$ 125,4 milhões, valor que incluiu luvas, impostos e comissões. Assim, superou os R$ 112,4 milhões pagos por Pedro e se consolidou como a aquisição mais onerosa já realizada pelo clube.
Apesar disso, disputou apenas 20 partidas — metade delas como titular —, marcou três gols e deu duas assistências, contribuindo para as conquistas do Campeonato Carioca e da Copa do Brasil.
Problemas de adaptação e perda de espaço
Alcaraz chegou com a expectativa de ser uma alternativa a Arrascaeta, mas logo demonstrou preferência por atuar como segundo volante, posição que exigia maior construção a partir de trás. Ainda que tenha apresentado boas atuações iniciais, especialmente no período sob comando de Tite, não conseguiu se consolidar na equipe. Com Filipe Luís, as oportunidades foram ainda mais escassas.
“Fui sincero com ele. Disse: ‘Você está atrás dos outros na sua posição’. Ele poderia disputar com o Arrascaeta, mas também havia o Gerson. No meio, tínhamos quatro volantes. Ele entendeu, disse que brigaria por espaço, mas depois decidiu sair”, explicou o treinador, ressaltando que, apesar do talento, o jogador não conseguiu se destacar nos treinos e jogos.
Estatísticas e desempenho discreto
Em números, a relação entre investimento e desempenho do atleta chamou atenção. Somando suas cinco participações diretas em gols — três tentos (dois de pênalti e um de cabeça) e duas assistências — cada uma delas custou, em média, R$ 25 milhões ao clube.
Já o custo por jogo disputado girou em torno de R$ 6,2 milhões. Além disso, o jogador recebeu três cartões em sua passagem: contra Corinthians, Juventude e Sampaio Corrêa.
As assistências ocorreram diante de Grêmio e Atlético-MG, enquanto seus gols foram marcados contra Bahia, Internacional e Sampaio Corrêa. Ainda assim, o estilo de jogo do argentino — mais baseado em conduções individuais do que em tabelas — não se encaixava no modelo coletivo proposto por Filipe Luís.
Empréstimo e venda ao Everton
Com contrato válido até agosto de 2029, o meia foi emprestado ao Everton em janeiro deste ano com uma cláusula de compra obrigatória caso fosse titular em nove jogos na Premier League. No entanto, atuou desde o início em apenas sete das 17 partidas pelo clube inglês.
Ainda assim, a equipe britânica optou por adquirir seus direitos em definitivo, o que poderá render mais 3 milhões de euros (R$ 19 milhões) ao Flamengo em bônus futuros.
A transferência é vista com ambivalência entre os torcedores: enquanto alguns lamentam a saída precoce de um atleta promissor, outros enxergam a negociação como uma oportunidade de abrir espaço para novas contratações. O clube, aliás, já tem negociações avançadas com o volante Jorginho, do Arsenal, e busca mais um meia para compor o elenco.
