Na coluna publicada no domingo (01), Renato Maurício Prado, colunista do UOL Esporte, levantou uma indagação recorrente entre os torcedores: por que o Flamengo que lidera com autoridade o Campeonato Brasileiro não consegue repetir o mesmo desempenho na Libertadores?
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Conforme destacou o jornalista, os números do time comandado por Filipe Luís na competição nacional impressionam — ataque mais positivo, defesa menos vazada e um saldo expressivo de 20 gols após 11 rodadas.
Entretanto, ao observar a campanha no torneio continental, a análise muda de tom. Segundo Prado, o Rubro-Negro passou por dificuldades em um grupo considerado fraco, avançando às oitavas com apenas uma vitória magra por 1 a 0 contra o Deportivo Táchira, lanterna da chave e apontado como o pior elenco da Libertadores até aqui. Para o colunista, o contraste é tão grande que parece haver duas versões distintas do mesmo clube.
Desempenhos antagônicos e falta de explicações
O autor questiona diretamente: “Como é possível o time rubro-negro atuar com tanta autoridade no Brasileirão e, ao mesmo tempo, apresentar tamanha instabilidade internacional?”. Em sua avaliação, a disparidade entre as atuações, sobretudo em jogos recentes como a goleada por 5 a 0 sobre o Fortaleza, é motivo para preocupação e reflexão.
Prado reforça o contraste ao lembrar que o Flamengo marcou cinco gols em uma só partida no Maracanã lotado, enquanto balançou as redes apenas seis vezes em toda a fase de grupos da Libertadores. “Parece outro time”, resumiu.
Ele ainda ironiza ao questionar se alguém realmente acredita que o Táchira seja superior ao Fortaleza, mesmo que este esteja momentaneamente na zona de rebaixamento do Brasileirão.
Pé no chão antes da Copa do Mundo de Clubes
Apesar da euforia pela classificação e da goleada recente que reacendeu a empolgação da torcida, o colunista adota tom cauteloso quanto ao futuro do clube. “Seja qual for o rendimento nos Estados Unidos, é bom que o Flamengo mantenha os pés no chão”, alertou.
A crítica aponta não apenas para a irregularidade em campo, mas também para uma possível autoconfiança exagerada diante de um cenário competitivo muito mais exigente.
Aliás, o próprio técnico Filipe Luís demonstrou consciência das dificuldades que vêm pela frente. Quando perguntado sobre as chances no Mundial de Clubes, citou a final da Champions League entre PSG e Inter de Milão como um exemplo da disparidade: “Vocês viram a final? É outro esporte”, disse o treinador.
Atuação contra o Fortaleza amplia o debate
No dia seguinte à publicação de Prado, o Flamengo teve uma de suas melhores exibições do ano. O time dominou completamente o Fortaleza, com 63% de posse de bola, 639 passes e 91% de precisão. Criou 12 chances claras e finalizou 16 vezes, sendo 12 no alvo. Goleou por 5 a 0, com destaque para as atuações de Gerson, Luiz Araújo, Michael e Varela.
Contudo, mesmo diante da performance de gala, a análise do ge alerta para o desgaste do adversário e o contexto favorável aos rubro-negros. O Fortaleza vinha de uma sequência intensa e teve menos tempo de descanso, o que certamente influenciou no placar elástico.
Conclusão: a interrogação persiste
A coluna de Renato Maurício Prado expõe uma contradição que, até o momento, permanece sem resposta convincente. O Flamengo de Filipe Luís brilha no Campeonato Brasileiro, mas patina na principal competição sul-americana.
E, com a iminente disputa da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, a dúvida ganha ainda mais relevância: qual versão do Flamengo embarcará rumo ao desafio internacional?