No sábado (31), Alexandre Mattos acertou sua ida ao Santos, após se desligar do Cruzeiro. O dirigente recebeu das mãos da cúpula santista uma camisa do clube durante reunião que selou o acordo. A expectativa é que ele assuma as funções de CEO do futebol a partir de segunda-feira (02), conforme a CNN Brasil.
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Sua chegada ocorre logo após a saída de Pedro Martins do cargo, em movimento que reflete a tentativa da gestão Marcelo Teixeira de reestruturar o departamento de futebol.
Antes de fechar com Mattos, o clube paulista avaliou outros nomes, como Fabinho Soldado e Marcos Braz. Entretanto, decidiu-se pela experiência do ex-dirigente de Palmeiras, Atlético-MG e Cruzeiro. O novo CEO terá “carta branca” para gerenciar o futebol do Santos, inclusive durante a pausa no calendário nacional, período estratégico para reformulações.
Opinião contundente de Milton Neves
Apesar da oficialização do acordo, a contratação não foi bem recebida por todos. Em sua coluna publicada na segunda-feira (03) no UOL Esporte, o jornalista Milton Neves foi categórico: “Não faz sentido o Santos contratar Alexandre Mattos”.
O colunista justificou sua crítica alegando que o executivo sempre esteve habituado a trabalhar com orçamentos altos, como os que encontrou nos tempos de Cruzeiro, Palmeiras e Atlético-MG. Segundo ele, “sua especialidade sempre foi, com todo o respeito, gastar. E muito!”.
Milton questiona qual seria a real utilidade de um dirigente com esse perfil em um clube que hoje opera com orçamento de Série B. “Mattos nunca foi reconhecido por montar elencos criativos com poucos recursos”, escreveu o jornalista.
Ele ainda se disse preocupado com os rumos da atual administração do clube da Vila Belmiro, liderada por Marcelo Teixeira: “Está cada dia mais difícil entender e defender as decisões da atual gestão”.
Contexto da saída do Cruzeiro
A mudança de Mattos para o litoral paulista também teve impacto direto no Cruzeiro. Conforme detalhado pelo ge, sua saída provocou um rearranjo na estrutura diretiva da SAF mineira. Pedro Junio, filho do proprietário Pedro Lourenço, passou a atuar também no futebol, além das áreas administrativa e financeira.
Paulo Pelaipe, contratado anteriormente por indicação de Mattos, ganhou mais protagonismo e agora é uma das figuras centrais no comando do elenco.
Ainda de acordo com a reportagem, não há previsão de substituição direta para o cargo de CEO. Leonardo Jardim, técnico da equipe, foi alçado a uma posição de influência maior e atua, inclusive, como gestor à moda europeia, ajudando na análise de mercado e decisões estratégicas.
A saída de Mattos também representou alívio na folha salarial, o que permitirá ao Cruzeiro investir em outro tipo de profissional, com perfil mais próximo do vestiário e da base.
Desafios imediatos no Santos
A missão de Alexandre Mattos será reerguer um time que, atualmente, ocupa a 18ª posição no Campeonato Brasileiro, com oito pontos somados em dez partidas. A luta contra o rebaixamento é tratada como prioridade absoluta na temporada, e, aliás, o novo CEO também terá que lidar com tratativas envolvendo a renovação de contrato de Neymar, principal nome do elenco santista em 2025.
Com liberdade operacional e pressão esportiva, Mattos chega à Vila Belmiro sob olhares desconfiados. Afinal, como ressaltou Milton Neves, o sucesso de sua trajetória anterior sempre esteve atrelado a grandes investimentos – uma realidade distinta da enfrentada pelo clube paulista neste momento.