Na terça-feira (03), o Parque São Jorge foi palco de um protesto articulado por mais de 100 torcedores uniformizados. A manifestação ocorreu no início da noite e levou representantes das organizadas a adentrarem a sede social do Corinthians, o que gerou forte repercussão interna e externa.
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Apesar das imagens mostrarem correria e tentativas de contenção por parte dos seguranças, Osmar Stabile, presidente interino do clube, minimizou o ocorrido e afirmou que os manifestantes “vieram conversar”.
Segundo Stabile, “não foi uma invasão, hoje eles vieram para conversar e colocaram as reivindicações”. Ainda de acordo com ele, os torcedores são “stakeholders” e devem ser ouvidos. “Quem quer ser presidente do Corinthians tem que saber que essas coisas acontecem e temos que atender”, pontuou o dirigente, durante pronunciamento por volta das 21h.
Demandas das organizadas e discurso inflamado da Gaviões da Fiel
As principais reivindicações dos protestantes incluíam mudanças no estatuto do clube, concessão de direito a voto para sócios-torcedores, proibição de acesso de empresários ao CT das categorias de base e responsabilização de antigos dirigentes por dívidas acumuladas. Stabile, ao comentar o pedido, garantiu: “nenhum empresário vai entrar no CT da base”.
Alexandre Pereira, presidente da Gaviões da Fiel, fez um discurso em frente ao clube exigindo uma “reforma urgente” no estatuto corintiano e criticando o presidente afastado. “Augusto mentiu pra gente. Demos um voto de confiança para o Osmar”, declarou, lamentando ainda que “a política está afetando o time dentro de campo”.
Contexto político e posicionamento da atual gestão
O protesto foi classificado pelos torcedores como “Revolução Corinthiana”, em referência à “Democracia Corinthiana” da década de 1980. A manifestação, contudo, foi tratada com serenidade por Stabile, que ressaltou a importância de acolher demandas vindas não só da torcida, mas também da imprensa.
Para ele, a real invasão teria ocorrido no sábado anterior, quando Augusto Melo, mesmo afastado, tentou reassumir o controle da gestão.
“Não é segunda invasão. Nós tivemos uma invasão no sábado. Hoje eles vieram para conversar, trouxeram as reivindicações e nós estamos aqui para atender todos os seguidores do Corinthians”, reforçou o presidente interino.
Segurança e bastidores
Durante o episódio, a Polícia Militar foi acionada e deslocou equipes do 3º Batalhão de Polícia de Choque e do batalhão de área. A última viatura deixou o local antes das 20h. Enquanto isso, Stabile, que assumiu a presidência interinamente até a assembleia de sócios prevista para 9 de agosto, nomeou como diretor Carlos Roberto Auricchio, conhecido como Nenê do Posto, membro de antigas gestões, para colaborar neste período de instabilidade administrativa.
“Prefiro pegar pessoas que conhecem, que eu sei que podem ajudar”, afirmou o mandatário, que também mencionou o desejo de atrair empresas multinacionais, promover uma mudança de filosofia e fortalecer a governança do clube.