O julgamento de Lucas Paquetá, acusado de envolvimento em manipulação esportiva relacionada a apostas, foi oficialmente concluído na última semana. Contudo, a decisão final sobre o caso ainda não foi divulgada e, conforme antecipado pelo jornal The Guardian, o veredito poderá demorar de 30 a 60 dias para ser anunciado.
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Durante esse período, o atleta brasileiro, atualmente no West Ham, seguirá apto a atuar normalmente.
A Federação Inglesa de Futebol (FA) conduz o processo, que teve início formal em março deste ano e foi retomado em maio. Apesar do encerramento da audiência, o clube londrino demonstrou incômodo com o prazo estipulado para a publicação da sentença. Internamente, a diretoria da equipe inglesa avalia a necessidade de uma eventual reposição no elenco, a depender da gravidade da punição que vier a ser aplicada.
Impactos e histórico da investigação
A investigação teve início em 2023, após detecção de padrões incomuns em apostas relacionadas aos cartões recebidos pelo atleta. A denúncia oficial, porém, foi feita apenas em maio de 2024, após dez meses de apurações.
Conforme divulgado, o episódio teve impacto direto na carreira do jogador, que, à época, estava próximo de ser transferido para o Manchester City por cerca de 80 milhões de libras. O negócio foi interrompido após o surgimento das suspeitas.
Ao se pronunciar no momento da acusação, Paquetá afirmou: “Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome”.
Possíveis sanções e consequências
A FA também acusa Paquetá de violar duas vezes a Regra F3, referente à má conduta ao não cooperar completamente com a investigação. Segundo o órgão regulador, o atleta pode ser penalizado com suspensão temporária ou, em casos mais graves, até mesmo banimento definitivo do futebol, especialmente se for comprovada manipulação intencional para beneficiar apostas.
Apesar disso, o livro de regulamentos da federação não especifica com clareza as faixas de sanção para infrações à Regra E5.1. A depender da conclusão da comissão julgadora, o meio-campista poderá recorrer da sentença tanto dentro da própria FA quanto, em instância superior, à Corte Arbitral do Esporte (CAS). A depender da extensão da punição — nacional ou global —, o jogador poderá ou não atuar fora do Reino Unido.
As acusações formais
Lucas Paquetá enfrenta quatro acusações principais baseadas na Regra E5.1 da FA, que proíbe qualquer tentativa, direta ou indireta, de influenciar o andamento ou resultado de partidas com objetivos indevidos. Os lances suspeitos ocorreram em confrontos do Campeonato Inglês, nos quais o meia recebeu cartão amarelo:
- West Ham 0 x 2 Leicester, em 12 de novembro de 2022;
- West Ham 1 x 1 Aston Villa, em 12 de março de 2023;
- West Ham 3 x 1 Leeds, em 21 de maio de 2023;
- Bournemouth 1 x 1 West Ham, em 12 de agosto de 2023.
Em todos os jogos, há indícios de que o atleta teria forçado as advertências com o propósito de favorecer apostas realizadas por terceiros. Estima-se que cerca de 60 pessoas da Ilha de Paquetá, local de origem do jogador, tenham apostado especificamente em cartões aplicados a ele .